Lourenço de Oliveira escreveu muito, sempre
com método rigoroso e inexcedível correção.
Teve trabalhos publicados em várias revistas e jornais de
Minas, Rio de Janeiro, S. Paulo, tanto críticas literárias,
como ensaios, estudos, crônicas. A estrutura de sua redação é invariavelmente
da melhor qualidade. A linguagem é simples, direta, clara
e traduz o pensamento com perfeição. Esse modo de
apresentar as idéias revela a honestidade intelectual
que Carrel enaltece no seu livro O homem, esse desconhecido.
A terminologia de Lourenço de Oliveira é erudita e precisa. Seu temperamento metódico e disciplinado, não lhe permitiria, aliás, imprecisões e dubiedades.
Lourenço de Oliveira mostra-se sempre conciso. Sua orgumentação é a indispensável. A orgumentação iterativa, tão ao gosto dos erísticos, é inexistente. Analogias são raras.
Platão fala dos dois mundos presentes na estruturação filosófica de cada pessoa, o mundo do inteligível e o mundo do sensível. O mundo do sensível é o mundo do artista, o mundo do inteligível é o
mundo do cientista.
Lourenço de Oliveira representa uma formação científica a serviço de uma personalidade de artista. O resultado é a interação harmoniosa de dotes naturais com a sólida formação cultural iniciada no Colégio Caraça.
O Prof. Lourenço de Oliveira, por sua inteligência, e por sua formação humanística - que ele construiu, metódica e pacientemente, ao longo dos anos - teria mesmo de conquistar posições de máximo relevo, em qualquer meio cultural. A argúcia e a clareza dos franceses já classificaram tais sucessos como decorrentes de “droít de naissance et droit de conquête”.
Antônio Octaviano
In: Academia
Municipalista de Letras. Discursos de Posse – Elogios aos Patronos,
vol.2. Belo Horizonte: O Lutador, 1999, p. 34. (Patrono da Cadeira:
José Lourenço de Oliveira. Posse do Acadêmico Antônio Octaviano de Almeida – 22
de janeiro de 1991).
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