“26. que que eu faço
que que eu posso
que que eu valho
se me negam
se me prendem
se me odeiam
e não me deixam ser.
há conflitos
confusão doutrinários
camelôs ladrões
política política
uma busina estridente
que estoura os miolos.
se grito
não me ouvem
e o meu gesto
de desespero interpretam-no
como louco e vale pouco
pra quem sou.
me importam as dores
me importam vidas e mortes
(já não leio jornais)
me importam o podre e o rico.
a mim... pouco me importa
mas que fazer
se sou apenas humano?

 Drummond:

... “Deus, por que me abandonaste se

sabias que eu não era Deus?”.

(Prosoema, texto 26)