A incurável “Fratura do Exílio” [1]  e a presença de contraditórios afetos na poética de Francisco José Tenreiro[2]

Carmen Lucia Tindó Secco[i]

Ter raízes é talvez a necessidade mais importante e menos reconhecida da alma humana. (Simone Weil)


Não ter raízes ou tê-las distantes cria, no ser desenraizado, conflitos identitários e sentimentos contraditórios sempre em ebulição. Este foi o caso de Francisco José Tenreiro, nascido em São Tomé e Príncipe, em 20 de janeiro de 1921, todavia, levado, ainda bem novo, para Lisboa, numa época em que começavam as lutas de intelectuais pela denúncia do racismo e pela autonomia dos povos africanos.

Tenreiro morreu cedo, em 1963, com apenas quarenta e dois anos, justamente no período de intensificação da guerra de libertação das ex-colônias portuguesas em África que se insurgiram contra as opressões a elas impostas, durante séculos, pelo colonialismo. Participou, desse modo, do processo de conscientização político-cultural realizado pelas elites africanas em Portugal, como também da discussão de ideias de valorização do homem negro e da igualdade de direitos deste em relação ao branco.

Datam de 1909, em Cuba, e de 1912, nos Estados Unidos, movimentos pioneiros no combate à discriminação racial e à denúncia da escravidão, como, por exemplo, o negrismo cubano e o Renascimento Negro, ocorrido este último no Harlem, com Langston Hughes, entre outros poetas que criticaram a inumana e constante exploração dos africanos em diáspora.

No final dos anos 1920 e nas décadas de 1930 e 1940, em Paris, fortaleceu-se essa consciência e surgiu a Negritude, com Senghor, Césaire e muitos outros estudantes negros que clamaram contra o colonialismo e pugnaram por uma assunção identitária crítica para o africano e por um maior respeito pela África.

Observamos que Tenreiro tanto foi marcado pelas reivindicações culturais afro-americanas, como também recebeu inspiração de textos da Negritude francesa, movimentos fundamentais para a defesa e a igualdade do negro em relação ao branco. A antologia Poesia negra de expressão portuguesa que organizou, em parceria com Mário Pinto de Andrade, em 1953, em Lisboa, é reveladora desse projeto literário-cultural de luta pelos direitos sociais e humanos dos negros. Ilha de nome santo, seu primeiro livro, publicado em 1942, é considerado o “introdutor” da estética negritudinista entre os escritores africanos de língua portuguesa.

A par dessas ações e influências, Francisco José Tenreiro, tendo crescido e estudado em Portugal e, depois de adulto, tendo lecionado na Universidade de Lisboa e feito parte da Assembleia Nacional Portuguesa, acabou por se constituir num ser de hiâncias, construtor de “uma poética de ambiguidades” (MARGARIDO,1980, p.534), que se tece entre trânsitos e mestiçagens, entre os costumes europeus aprendidos no exílio e as lutas pela emancipação dos negros.  

Sua biografia denota essa ambivalência que ora o fez pender mais para o universo europeu, ora o fez partidário das causas africanas. Aplicado e estudioso, Tenreiro foi aluno da Escola Colonial e se doutorou em Ciências Geográficas pela Faculdade de Lisboa. Tornou-se catedrático do Instituto Superior de Ciências Sociais e Política Ultramarina e foi membro de associações científicas nacionais e internacionais. Como estudante, integrou movimentos literários, culturais e políticos da Casa dos Estudantes do Império. Em 1951, em Lisboa, fundou com outras personalidades o Centro de Estudos Africanos, cujas atividades, contrárias ao governo de Salazar, se exerceram na clandestinidade. Como homem de cultura, Francisco Tenreiro, além de professor, investigador e político, foi poeta e sempre esteve ligado a projetos culturais de sua época, colaborando em jornais e revistas nacionais e estrangeiros, escrevendo ensaios e artigos literários ou científicos, organizando antologias.

Com o “coração em África”, mas com “a cabeça”, ou seja, com o intelecto voltado para instituições portuguesas, Tenreiro foi sempre um ser do exílio, habitante de entre-lugares e territórios imaginários e culturais híbridos. Contudo, mesmo vivendo na Europa, dedicou grande parte de sua obra poética à exaltação de sua ilha natal e à discussão de importantes questões africanas.

No fundo, porém, permanece[u] um homem dividido entre as razões "sentimentais", do “coração”, que o puxa[ra]m para a exaltação da sua componente africana, e as razões de educação que o vincula[ra]m à necessidade de um diálogo Europa-África, em que, em termos existenciais, a Europa acab[a]rá por levar a vantagem. (MARTINHO, Prefácio, In: TENREIRO, 1982, p.21)

Em Reflexões sobre o exílio, Edward Said afirma que “ver um poeta no exílio, ao contrário de ler a poesia do exílio, é ver as antinomias do exílio encarnadas e suportadas com uma intensidade sem par” (SAID, 2001, p. 47). Se a isto somarmos o que diz Zigmunt Bauman, outro estudioso que também se posiciona acerca desse assunto, melhor compreenderemos o universo contraditório à volta daqueles que vivem em situações diaspóricas: “Exílio é muito frequentemente uma situação de sofrimento, mas também de expansão do pensamento crítico, de independência, insight e criatividade” (BAUMAN, 2004, site). Essa é também a opinião de Inocência Mata, quando aborda a situação de exílio cultural e afetivo vivenciado por Tenreiro: “Essa carência, isto é, essa distância da terra natal, seria, no entanto, muito produtiva” (MATA, 1998, p. 111).

A partir dessa visão ambivalente que cerca a problemática do exílio, buscaremos, neste ensaio, evidenciar como a escrita poética de Francisco José Tenreiro é permeada pela “fratura incurável” de ser um exilado, carregando a dor constante de se sentir um estranho em terra estrangeira, ao mesmo tempo que, pela distância do lugar de origem, consegue, por vezes, ter, em relação a este, um olhar crítico, embora, muitas vezes, sua visão seja romântica, idílica, nostálgica e até, um tanto, ressentida.

Edward Said chama atenção para a condição ciumenta do exílio. Como nada é seguro, o ciúme gera ressentimentos, provocando emoções as mais controversas. Na poética de Tenreiro, encontramos afetos contraditórios no sujeito lírico, sentimentos que oscilam entre raiva, vergonha, despeito, humilhação, amargura, amor, indignação, atravessando a obra e o coração do poeta. A poesia deste, ao exaltar a memória da pátria longínqua, “procura superar a dor mutiladora da separação” (SAID, 2000, p. 40). Há, no exílio, sempre, uma sensação de perda, de algo que ficou para trás, daquilo que poderia ter sido e não foi. “Na realidade, todo exilado é um náufrago que luta por sobreviver num território estranho, onde o desespero, a aniquilação e o silêncio se fazem presentes” (MONTANEZ, 2006, p. 16). Observamos, por conseguinte, que a África, para Tenreiro, foi sempre uma “referência hifenizada” (HALL, 2003, p. 41), tendo em vista ser, quase sempre, representada, em sua poesia, como uma imagem distante e reapropriada pelo olhar diaspórico do sujeito poético que a vê, de certa forma, idealizada, como metáfora de sua história social suprimida, desonrada e negada pela colonização.

Em grande parte misturados à estranheza de se sentir “um ser do (no) exílio”, outros afetos sobressaem nos escritos de Tenreiro: sentimentos de inferioridade, rebaixamento, vexame,  tristeza, saudade, melancolia, ódio, ira, ciúme, repulsa, mas também amor, ternura. “A primeira armadilha do exílio é a saudade. Há a sensação de que tudo é provisório e de que se está em trânsito. Criam-se vínculos afetivos sempre em conflito, se exalta o passado, se duvida do futuro ou este é inventado como consolação” (MONTANEZ, 2006, p. 144).

Entre a nostalgia da ilha-mãe – São Tomé – e a diáspora, emergem, em poemas de Francisco Tenreiro, contradições de um sujeito poético que ora pugna pelo reconhecimento do negro, ora se assume mulato, sem lugar definido, entre o colonialismo “branco” e as lutas afirmativas em prol do negrismo e da negritude. A poética do autor apresenta-se, desse modo, ambígua, o que podemos notar, desde a dedicatória de seu livro Ilha de nome santo, quando o poeta expressa, ao mesmo tempo, idolatria pela pátria remota e pejo por sua origem africana:

Mãe!
Entre nós: milhas!
Entre nós: uma raça!
Contudo
           este livro é para ti...                                             
(TENREIRO, 1982, p. 51)

De saída, a voz poética autoral assume uma “perspectiva intervalar” (TRIGO, Prefácio, In: TENREIRO, 1991, p.11), uma posição “entre”, que expressa um constante movimento pendular entre o respeito às suas matrizes africanas e o culto ao universo cultural europeu introjetado por anos vividos na metrópole. Os temas que percorrem sua obra são a mitificação de seu país distante, a vontade de regressar à sua terra, a condição de ser negro, a agressividade e o poder da cultura europeia que asfixiou muitos dos valores e traços originários das culturas africanas.

Em 1951, Francisco Tenreiro participou, com Amílcar Cabral e Agostinho Neto, da criação do Centro de Estudos Africanos, núcleo que foi fundamental para a disseminação de estudos, pesquisas e, principalmente, para o debate ideológico de teorias que denunciavam a opressão colonial e apontavam como saída a luta armada para a libertação das então colônias portuguesas em África.

A poiesis de Tenreiro, entre outros temas, aborda a imagem de uma terra-mãe idílica, concretamente pouco vivenciada por ele, uma vez ter apenas lá nascido, pois cresceu em Lisboa, local por ele considerado como espaço de “civilização”, o que nos leva a assinalar outro par antitético que atravessa sua obra: “a África exótica e selvagem” X “a Europa culta e civilizada”. Tal antinomia, de modo ambivalente, ora é reforçada, ora é criticada com ironia, nos poemas do autor:

ROMANCE DE SEU SILVA COSTA

 “Seu Silva Costa
chegou na ilha…”

Seu Silva Costa
chegou na ilha:
calcinha no fiozinho
dois moeda de ilusão
e vontade de voltar.

Seu Silva Costa
chegou na ilha:
fez comércio di álcool
fez comércio di homem
fez comércio di terra.

Ui!
    Seu Silva Costa
virou branco grande:
su calça não é fiozinho
e sus moeda não têm mais ilusão!...
(TENREIRO, 1982, p.57)


A voz poética enunciadora, trazendo em seu discurso traços de narratividade oral e afetos expressos por exclamações irônicas, ridiculariza o colonizador e a política de exploração colonial. Ao introjetar nos versos um Português coloquial, com o sotaque dos nativos da Ilha, subverte a norma da língua portuguesa imposta pela colonização, efetuando uma caricatura de Seu Silva Costa. Denuncia, na figura do colono, o desejo deste de retornar à Europa:

                    (...)

Ai!

    Aquela que chegou na ilha
como uma risada branca
está fechando a carinha à terra

Braços pendentemente tristes
só os olhinhos
estão pulando pra lá da fortaleza
querendo ver a Europa!
                    (...)
(TENREIRO, 1982, p.58)

Esta menina branca que vem do norte, chamada Sam Màrinha, é contraposta, num outro poema, intitulado “Romance de Sinhá Carlota”, à figura de Sinhá Carlota, uma contratada vinda do sul, usada sexualmente pelo branco que a engravida e a faz gerar filhos mestiços. Enquanto a branca menina do norte tem perspectivas de, em breve, retornar à pátria europeia, a mulher contratada está presa à terra, sem condições futuras de sair dali:

                    (...)
Veio do sul
numa leva de contratados.
Teve filhos negros
que trocam hoje o peixe
por cachaça.

Teve filhos mestiços.
Uns
forros de a. b. c.
                    (...)
(TENREIRO, 1982, p.59)

É clara a dicção crítica do sujeito poético em relação à opressão do regime de contratos; ele chama atenção para a vida dura das mulheres exploradas e dos filhos mestiços que carregam no sangue a ambivalência de duas raças. Sentimentos de cólera e indiferença se mesclam aos de afeição, revelando uma notória incongruência de emoções, principalmente, por parte dos mulatos, cuja identidade se mostra cindida:


                        Mestiço!


                        Nasci do negro e do branco
                        e quem olhar para mim
                        é como se olhasse
                        para um tabuleiro de xadrez
                        a vida passando depressa
                        baralhando cor
                                        (...)

Mestiço!

                       Quando amo a branca
                                                   sou branco...
                       Quando amo a negra
                                                   sou negro.

                                                 Pois é...
                       (TENREIRO, 1982, p.61 e p. 62)

Acusando o jogo de contradições e assimilações vivenciadas pelo mestiço, o poema de Tenreiro, contudo, não consegue dar xeque-mate nessa situação ambígua experimentada pelo mulato, mas, sim, camaleonicamente, deixa que este tome aparências dissimuladoras de sua real identidade étnica e exteriorize afetos confusos e embaralhados. Isso ocorre não só nesse poema, porém em outros da obra poética do autor, nos quais sentimentos de valorização da África, de suas diversas e múltiplas culturas se alternam aos de exaltação das tecnologias e cientificidades europeias. No poema “Mãos”, por exemplo, o eu-poético enaltece tanto o continente africano, elogiando as ações manuais, comumente, praticadas em religiões e artes africanas, como louva a escrita e a rosa-dos-ventos, invenções ocorridas fora da África.     

(...)

Mãos, mãos negras que em vós estou sentindo!

Mãos pretas e sábias que nem inventaram a escrita nem a rosa-dos-ventos
mas que da terra, da árvore, da água e da música das nuvens
beberam as palavras dos coras, dos quissanges e das timbilas que o mesmo é
dizer palavras telegrafadas e recebidas de coração em coração.
Mãos que da terra, da árvore, da água e do coração tam-tam
criásteis religião e arte, religião e amor.


Mãos, mãos pretas como em vós estou chorando!
(TENREIRO, 1982, p.104)

O poeta, à beira-mar, no exílio europeu, mantém o “coração em África”, sempre à procura de sonhos do passado, muitos nostálgicos, pois se sente perdido em terras estranhas. Chora a ausência das mãos pretas, porém, ambiguamente, quer fundi-las com mãos brancas:

                                                (...)

                         Cadê os caminhos da mão preta na mão branca
                         passos ébrios ao sol forte da cidade
                         sentidos ausentes para o ruído da cidade
                         mortos às palavras e à conversa à volta da cidade

                                                (...)


                         Onde estás Dona do meu coração
                         agora escondida na curva do horizonte do mar
                         da ilha
                                       feita
                                                   sonho meu!                                                
                         (TENREIRO, 1982, p.142)

A poética de Tenreiro se autojustifica, num primeiro momento, por meio da ambígua condição de mestiço reivindicada pelo eu-lírico, cujos sentimentos, inicialmente, vão da humilhação à ira e à exasperação, conforme já exemplificamos com poemas citados anteriormente.

Num segundo momento, se faz presente a dupla face do exílio que é a de situações intervalares, a de ambivalentes noções de pertencimento. Embora seja essa última fase da obra poética de Tenreiro caracterizada como a de acentuado cariz negritudinista, o poeta não conseguiu escapar às contradições que perpassaram, sempre, sua existência pessoal e sua praxis como homem de cultura. Aqui, os sentimentos que se destacam são a nostalgia, a saudade, a melancolia, as tristezas, as amarguras e expressam as principais ambiguidades do autor: a de se sentir, ao mesmo tempo, santomense e português; a de lutar com palavras e ações culturais contra o colonialismo e amar Lisboa, tendo feito parte da Assembleia Nacional Portuguesa; a de reconhecer-se africano, mestiço, mas se espelhar num modelo civilizatório europeu; a de ter saudade da pátria idílica, porém nutrir profunda admiração intelectual pela Europa, onde viveu a maior parte da vida.

A escrita do exílio é “descentrada, nômade, contrapontística” (SAID, 2001, p. 60), possui uma “força desestabilizadora [que sempre] entra em erupção novamente” (SAID, 2001, p. 60). Caudalosa e vulcânica em alguns poemas, condensada e minimalista em outros, a poesia de Tenreiro trilha ritmos convulsos, contrapontísticos, contraditórios, que, simultaneamente, combatem o racismo e celebram a Europa. O poeta tem consciência dessas ambiguidades e as trata, ironicamente, reaproveitando-as como fator estético e como matéria de sua própria poesia.

No poema “Amor de África”, o sujeito lírico tem plena consciência de que seu amor por África é “esparso, vago, tênue, pálido, difuso” (TENREIRO, 1982, p. 99), encontrando-se imaginado, “no coração murcho das multidões do Rossio” (TENREIRO, 1982, p. 99). Confessa, destarte, ser um amor à distância: “De coração em África trilho estas ruas nevoentas da cidade (...)// e procuro no horizonte cerrado da beira-mar/ cheiro de maresias distantes (...)// E o coração entristece à beira-mar da Europa” (TENREIRO, 1982, p. 126 e p. 127).

Conforme já apontaram vários críticos, entre os quais Alfredo Margarido (1980, p.535), o poeta Francisco José Tenreiro sabe-se e declara-se, muitas vezes, “vestido de África por dentro”, mas “por fora cheviote sorridente”:

Dos pretos que para arrelia das gentes à Terra vieram
pobrezinhas crianças crescidas em pretidão
mas que tem alma branca dizem uns
ou segundo outros alma danada.
Aqui estou eu agora vestido de África por dentro
por fora cheviote sorridente o sábio ouvindo

                                 
                          (...)

 
Ri caveira morta, riam todos vocês assistência sem vida.
Riam todos que o caso não é para menos;
mas deixem-me, por favor, este sorriso cheviote por fora                                                                            
enquanto o meu coração serenamente canta
os minutos-tempo que faltam para a humanidade renascer!                                                              
(TENREIRO, 1982, p. 101 e p. 102)

Concordando com Margarido, também observamos que a poética de Francisco José Tenreiro, a par da ironia e das ambiguidades, “procura as raízes de um humanismo indesmentível. O sorriso artificioso e mecânico apenas dissimula o ritmo perfeito do coração” (MARGARIDO, 1980, p. 535). Encerramos, assim, nosso ensaio, com a certeza de que Tenreiro foi um grande poeta, com amarguradas esperanças de liberdades universais, algo que soava impossível, nos tempos em que viveu – época de poderes que se opunham e se acirravam, parecendo inconciliáveis –, mas que os afetos contraditórios do “coração louco” desse bardo sonhador conseguiram sentir e vislumbrar:      

                                       (...)

Deixa-me coração louco
deixa-me acreditar no grito de esperança lançado pela paleta
                                                                   [viva de Rivera

e pelos oceanos de ciclones frescos das odes de Neruda;
deixa-me acreditar que do desespero másculo de Picasso
                                                                  [sairão pombas   
que como nuvens voarão os céus do mundo de coração em
                                                                        [África.     
(TENREIRO, 1982, p.128)    
       

NOTAS

1 A ideia do título surgiu, a partir da expressão “poética de fracturas”, de Salvato Trigo, no prefácio à Obra poética de Francisco José Tenreiro (TRIGO. In: TENREIRO, 1991, p. 14).

2 Texto originalmente publicado no livro: MATA, Inocência (Org.). Francisco José Tenreiro: as múltiplas faces de um intelectual. Lisboa: Edições Colibri, 2010. pp. 203-213. ISBN: 978‑989‑689‑060-5.                                                            

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WEIL, Simone, O Enraizamento, Trad. Maria Leonor Loureiro, Bauru - SP: EDUSC.

 


[i] Carmen Lúcia Tindó Ribeiro Secco é Professora Titular de Literaturas Africanas de Língua Portuguesa da Universidade Federal do Rio de Janeiro, pesquisadora 1B do CNPq e da FAPERJ. Tem doutorado em Letras pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1992) e Pós-Doutorado pela Universidade Federal Fluminense, com estágio na Universidade Politécnica de Moçambique (2009-2010). Publicações: A magia das Letras Africanas (2003); Paulina Chiziane: Vozes e rostos femininos de Moçambique (2013) em coautoria com Maria Geralda Miranda, Afeto & poesia (2014), Pensando o cinema moçambicano (2018), CineGrafias moçambicanas (2019), dentre outros.

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