Estas mulheres cheias de prosa: a narrativa feminina na África de língua oficial portuguesa [1]

Tania Macêdo[i]

Ainda que a literatura de autoria feminina nos países africanos de língua portuguesa conte com excelentes representantes, um olhar, mesmo que bastante rápido sobre essa produção, revela que são ainda poucas as escritoras com trabalhos publicados em Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe.

Tal constatação é surpreendente, sobretudo quando recordamos o importante papel desempenhado pelas mulheres na luta de libertação de seus países, como força organizadora da resistência. Tal é o caso, por exemplo, da são-tomense Alda Espírito Santo², cuja ação de denúncia e oposição implacável ao colonialismo conjugou-se a uma poesia de intervenção social, como se pode verificar em poemas como "Trindade"("Dezasseis, dezasseis homens/ saíram tombando, erguendo a carcaça./ E eu fiquei. / Fiquei deitado / Meu corpo caiu sobre os mortos / na primeira revolta. E levantei-me") (Andrade, 1975, p. 244).

No entanto, apesar da importância das mulheres na luta que levou à independência das jovens nações africanas e, posteriormente, na consolidação desses países, as vozes femininas são poucas. As causas são as mais variadas, mas talvez pudéssemos avançar uma hipótese que aponta para a falta de visibilidade da produção escrita feminina, ou seja, essa produção existe - ainda que tímida - porém tem recebido pouca atenção da crítica especializada, o que leva muitas vezes ao seu silenciamento. Esse fato, aliado às difíceis condições de difusão do livro africano de língua portuguesa no circuito internacional e até mesmo no espaço lusófono, cria um desconhecimento do que hoje as mulheres têm escrito em África.

Nesse cenário em que preponderam vozes masculinas, vale a pena examinarmos, mesmo que muito brevemente, a produção ficcional de algumas escritoras africanas de língua portuguesa. Não pretendemos esgotar o assunto, mas apenas apresentar um panorama - ainda que superficial - sobre quem são e o que escrevem essas mulheres "cheias de prosa".

A fim de melhor localizar o leitor, optamos pela apresentação das escritoras segundo o critério geográfico, por país.

Angola

Não há como negar que a literatura angolana, consolidada enquanto sistema literário nos fins dos anos 1940 com o movimento "Vamos descobrir Angola!", seja uma das mais pujantes da África de língua portuguesa, não apenas apresentando um bom número de autores com produção regular, mas também mantendo uma qualidade atestada pelos variados prêmios outorgados aos escritores, como o prêmio Camões, concedido a Pepetela em 1997. Ora, em razão de um panorama tão auspicioso para a literatura, causa estranheza a pequena participação de escritoras nos quadros da produção literária daquele país.

Em termos de precedência temporal, a história da literatura angolana consigna, entre suas primeiras ficcionistas, Alda Lara, poetisa, mas que também escreveu um livro de contos, Tempo de chuva, publicado postumamente (1973). Sua prosa, não muito diferente dos temas de sua poesia, buscam em imagens do cotidiano a expressão da "angolanidade".

Contemporaneamente, verifica-se que o maior número de escritoras concentra-se em um gênero: a prosa voltada para crianças e adolescentes. Essa produção reveste-se de importância particular, quer pela qualidade e variedade temática dos textos, quer pelo grande número de publicações, a maior parte sob a chancela da União dos Escritores Angolanos, que criou um selo especial para congregar a literatura infanto-juvenil: a "Coleção Acácia Rubra". Cremos que temos nessa especificidade do fazer artístico feminino (ainda que também haja homens - poucos - escrevendo para a infância e adolescência, como o excelente Dario de Melo), uma continuidade do papel da mulher na sociedade como a educadora das crianças e, de certa maneira, a guardiã das tradições. Assim, não escaparia a esse exercício da escrita o papel que, tradicionalmente, a sociedade tem indicado como eminentemente feminino.

Dentre as autoras de livros infanto-juvenis, destacamos os nomes de Cremilda de Lima, Gabriela Antunes (sobre quem nos deteremos brevemente a seguir), Maria Celestina Fernandes, Maria João, Maria de Jesus Haller, Maria do Carmo, Rosalina Pombal e Maria Eugênia Neto. Esta última escreveu os primeiros textos para crianças em Angola e hoje conta com uma produção respeitável.

A escrita de Gabriela Antunes ganha especial relevo dada a qualidade de seu texto, em que, à segurança no manejo dos mecanismos da efabulação, alia-se uma imaginação fecunda. Estórias velhas, roupa nova (1988), por exemplo, revisita os missosso - nome dado aos contos da tradição oral dos povos bantu de Angola, conseguindo, nesse movimento de passar à escrita a ficção oral tradicional, realizar um texto em que as marcas da oralidade enriquecem uma prosa de qualidade e adequada aos seus jovens leitores. Veja-se, por exemplo, o primeiro parágrafo do conto que abre o volume, intitulado "A abelha e o pássaro":

Dona Abelha Meleira podia considerar-se uma Dona bem feliz. Tinha uma bela casa onde vivia com a sua enorme família, não só filhos e filhas, como primos e primas, irmãos e irmãs. E se pensam que em sua casa havia confusão e barafunda, enganam-se. Todos viviam em boa paz e harmonia porque naquela casa era assim: cada um trabalhava para o bem-estar de todos. (Antunes, 1988, p. 3)

O conto etiológico que explica por que abelhas e o pássaro chamado abelheiro ou abelharuco são "inimigos" na natureza traz não apenas a história tradicional oral para o espaço do livro infanto-juvenil, como também presentifica as formas de vida tradicional ao frisar, por exemplo, a existência da família extensa africana ("sua enorme família"). Na ficção angolana de autoria feminina vale ainda fazer referência a Ana Paula Tavares, conhecida e aclamada poeta, cujo livro congregando as crônicas escritas inicialmente para serem levadas ao ar, nos microfones da RDP-África, recebeu o nome de O sangue de buganvília (1998).

Os textos em prosa de Ana Paula trazem a mesma qualidade, sensibilidade e visão feminina do mundo que encontramos em seus textos poéticos, fazendo com que suas crônicas sejam um dos pontos altos da ficção angolana contemporânea. Quer falando das cidades africanas, da memória ou da oralidade, Ana Paula realiza de maneira formidável uma reflexão interessada no humano, sem deixar de vincar seu discurso de uma perspectiva regional, de Angola e, mais especificamente, do sul do país, local onde nasceu:

É nesta altura em que, em certas partes de África, a natureza oferece o coração exposto às chuvas e ao calor. Os sorrisos na cara das pessoas acendem-se, sem precisar de nenhum rastilho e ficam soltos a enfeitar os dias e as noites.

Uma estação novinha em folha apresenta-se para viver com a força de fermentar o mundo e multiplicar o leite e o milho.

Os velhos adiam, por mais uma vez, a morte esperada em longas noites de cacimbo e soltam-se da concha do próprio corpo, refazendo-se em histórias, reconstruindo pela palavra as suas memórias de papel e a vida que entretanto escapa. (Tavares, 1998, p. 72)

Cabo Verde

O panorama literário em Cabo Verde no que se refere à escrita feminina não se apresenta muito diferente daquele apontado em Angola. E, assim, dentre poucas ficcionistas, destacamos dois nomes: Dina Salústio e Orlanda Amarílis.

A primeira, autora premiada de livros infantis, tem textos traduzidos para várias línguas. Seu primeiro romance foi publicado em 1998 e teve uma boa recepção crítica. Sem apresentar uma "cabo-verdianidade" explícita (ainda que do texto não se ausentem elementos - como a seca, a ribeira, a emigração ou a terra ingrata - que nos situem a história no arquipélago), o romance A louca do Serrano tem uma estrutura em que o realismo mimético cede lugar à fragmentação e à desarticulação do relato, ocorrendo um apagamento das marcas espácio-temporais rígidas, elementos de que lança mão a autora para apresentar-nos a localidade de Serrano,

uma povoação de cento e noventa e três habitantes incluindo uma jovem louca, as crianças recém­-nascidas e as três outras por nascer, duas delas gêmeas, conforme a parteira descortinou de uma frincha da janela da sua casa na sombra da mulher que passava no outro lado do largo, no preciso instante em que era coberta pelo sol que se cruzava com a lua em ritmos profundos que estremeceram o lugar e desnortearam o tempo. (Salústio, 1998, p. 9)

Cruzando estórias de várias mulheres e homens, sempre sob o olhar da louca, o romance nos oferece uma visão feminista em vários momentos, especialmente quando define as personagens masculinas, como no trecho em que a autora afirma: "Em Serrano, o ser-se macho passava pelo desprezo pelas questões íntimas... " (Salústio, 1998, p. 95). A respeito, vale lembrar que o batismo do povoado e a voz do batismo são obra feminina da louca, que também representa a consciência moral, o destino e a liberdade de Serrano.

Orlanda Amarílis

Uma representação do feminino algo diferente de Dina Salústio temos na obra da contista Orlanda Amarílis, na medida em que as mulheres presentes nos seus textos são, sobretudo, seres exilados e sós, vivendo nas ilhas de Cabo Verde ou no estrangeiro.

Focalizando as personagens em contraste com o ambiente que as circunda, os textos de Orlanda Amarílis destacam o doloroso insulamento dos seres em um mundo que lhes é adverso, em uma espécie de desencanto permanente. Sob esse aspecto, a exclamação da protagonista do conto "Desencanto" (Amarílis, 1974, p. 64) é paradigmática do estado das personagens da autora: "Oh céus' É uma cigana errante, sem amigos, sem afeições, desgarrada entre tanta cara conhecida".

Ao tematizar, em seus contos, a profunda solidão das mulheres emigradas, Orlanda Amarílis problematiza a questão da emigração cabo-verdiana, ultrapassando a visão simplificada com que os seus contemporâneos da revista Claridade focalizaram o assunto.

Moçambique

A literatura moçambicana, comparativamente a outros países africanos de língua portuguesa, apresenta um número destacado de prosadoras que se dedicaram ao romance. Veja-se, por exemplo, Maria Sorensen, com o romance histórico Dona Theodora e os seus mozungos, que focaliza as Donas dos Prazos, ou seja, as mulheres da Zambézia, espécie de senhoras feudais, cujas posses originaram­ se de um sistema de atribuição de terras com obrigatoriedade de sucessão pela linha feminina. A personagem título, Teodora Temporário de Mattos e Silva, surge como protótipo das Donas, senhoras possuidoras de enormes extensões territoriais, escravos e poder e, a partir da vida da personagem, o romance relata também as guerras movidas pelas autoridades portuguesas a fim de derrotar e subjugar a República da Maganja da Costa como ofensiva de extinção dos "prazos".

Ainda que se assemelhe, na maioria do texto, ao romance histórico do século XIX, Dona Theodora e os seus mozungos não deixa de conter elementos que o inserem na modernidade, quando, por exemplo, o mágico adentra o relato, como no seguinte trecho, ao final do romance:

No fogo aceso pela guerra civil - que eclodiu e devastou Moçambique, poucos anos depois da independência deste país, em 1975 - o fantasma do célebre capitão-mor Manuel Antonio, o fundador e o mais poderoso dos estrategas de exércitos formados e liderados por escravos, ergueu-se desassombrado da tumba onde jazia há quase um século. Reencarnou, no alto Molocué, com o cognome de Nhaparanma. Manuel António "Nhaparama" ressuscitou, segundo ele próprio afirmou, para formar um novo exército achicunda destinado a defender o seu povo contra os desmandos do governo e dos rebeldes da Renamo. Regressou ao Mundo por mandato expresso dos "mzimos" e, portanto, os guerreiros por si batizados ficariam imunes às balas dos inimigos. (Sorensen, 1998, p. 151)

Naparama ou "Nhaparama", o guerreiro de corpo fechado, irrompe do relato sobre a guerra travada entre as forças governamentais da Frelimo e os seus opositores da Renamo, como um dado pertencente à mesma realidade historicamente comprovável, o que instaura no texto uma confluência de visões sobre a realidade (o mágico e o histórico).

Dentre as prosadoras de Moçambique que se dedicaram ao romance, há ainda a referir Lília Momplé, autora dos livros de contos Ninguém matou Suhura (1985) e Os olhos da cobra verde (1997) e do romance Neighbours (1996), textos bastante ligados aos cânones da narrativa linear e tributária do realismo; a contista e romancista Lina Magaia, com um grande número de livros publicados, entre os quais se destacam as narrativas que tematizam os horrores da guerra em Moçambique, e as autoras de livros para a infância e a juventude Angelina Neves Oliveira, Amélia Muge e Glória de Sant'Anna, esta também poetisa e cronista.

Há, no entanto, uma voz feminina que, segundo entendemos, deve ser destacada: Paulina Chiziane, já que a trajetória de reconhecimento de seu trabalho artístico é paradigmática do que afirmávamos sobre o papel da crítica na visibilidade da produção literária feminina. Senão vejamos: Ventos do apocalipse, o livro de Paulina mais conhecido dos leitores, é o segundo texto publicado pela autora, já que o primeiro, Balada de amor ao vento, veio a público em 1990 pela Associação dos Escritores Moçambicanos e constituiu o primeiro romance de uma mulher moçambicana. O sucesso, entretanto, somente ocorreria após o "descobrimento" de Paulina Chiziane na Feira de Frankfurt, ocasião em que os direitos de tradução do livro para o alemão foram negociados e acertada sua publicação em Portugal por uma editora de renome como a Caminho Editorial, possibilitando visibilidade ao trabalho da autora e reconhecimento da qualidade de sua escrita.

Nos textos de Paulina Chiziane encontramos o universo do interior de Moçambique. Tais textos constituem um mergulho em costumes, lendas e perspectivas de populações distantes do litoral, o que, segundo entendemos, permite destacar uma das linhas de força de sua escrita: a evocação da tradição - seja dos ritos e crenças, seja das maneiras de contar - como força propulsora para uma modernidade do relato, fazendo com que memória e tempo presente, ancestralidade e modernidade confluam em uma narrativa bastante densa.

Em razão desse projeto de construção da modernidade a partir da tradição, as personagens femininas de Paulina Chiziane vinculam­se profundamente à tradição, sofrendo as consequências de seus aspectos negativos (como o costume ancestral do lobolo - o dote), mas obtendo, a partir da narrativa, a possibilidade de tornar audível uma fala que muitas vezes lhes é negada. Assim, ainda que não encontremos personagens femininas que rompam com a tradição, a focalização de seus sonhos e desejos, pequenos atos de rebeldia e enormes sacrifícios, propicia que elas façam ouvir suas vozes: "- Meu Dambuza, amo-te, sim. Esta linguagem de amor só é válida para nós os dois. Na nossa tribo a palavra amo-te significa vacas. Vacas para o lobolo e nada mais. Sem lobolo não há casamento." (p. 42)

Os pombos constroem os ninhos nos ramos que lhes agradam. Os bichos da selva escolhem o parceiro que lhes agrada, que amam, reproduzem a suas crias em liberdade e felicidade. Os lagartos são livres, desovam onde lhes convém e partem. As vacas no curral não têm a mesma sorte. As galinhas, as cabras, as porcas também não. A estas o macho é imposto, goste ou não goste, cumpre-se a vontade do dono. Com as mulheres é assim mesmo. (p. 79-80)

À guisa de conclusão

O desconhecimento, entre nós, da literatura produzida nos países africanos de língua portuguesa só é suplantado, infelizmente, pelo silêncio que, não raro, envolve a escrita feminina desses países. A rápida amostragem aqui realizada do que escrevem e quem são algumas das mais representativas vozes femininas da ficção produzida na África de língua portuguesa teve em vista juntar-se aos esforços daqueles que buscam tornar mais conhecida essa literatura.

Poucas ainda, as vozes femininas da África de língua oficial portuguesa procuram fazer-se audíveis e alcançar seu lugar na história literária. Examinando a sua produção, pode-se afirmar que, certamente, na maioria dos casos, o silêncio que as ronda não resulta da má qualidade do trabalho apresentado. Pelo contrário. Trata-se apenas de romper o isolamento, para que a crítica e o público tomem conhecimento dessas "mulheres cheias de prosa".

Sumária biobibliografia das autoras citadas no texto

ALDA Ferreira Pires Barreto de LARA e Albuquerque nasceu em Benguela, Angola, em 1930, e faleceu prematuramente em Cambambe, Angola, em 1962. Médica, durante seus estudos em Lisboa e Coimbra esteve ligada a algumas atividades da Casa dos Estudantes do Império. Publicações: Poemas, 1966 (poesia); Tempo de chuva, 1973 (contos); Poesia, 1979 (poesia).

ALDA Neves da Graça ESPÍRITO SANTO, também conhecida como Alda Graça, nasceu em São Tomé, São Tomé e Príncipe, em 1926. Poeta e militante política, após a independência de seu país exerceu numerosos cargos: Ministra da Educação e Cultura, Ministra da Informação e Cultura, Presidente da Assembleia Popular da República Democrática de São Tomé e Príncipe. Publicações: É nosso o solo sagrado da terra, 1978 (poesia); Rio seco, água molhada, 1984 (poesia).

Ana PAULA Ribeiro TAVARES, uma das melhores poetas de língua portuguesa, nasceu na cidade de Lubango, em Angola, em 1952. Estudou História em Luanda (bacharelado) e em Lisboa (licenciatura). É mestre em literaturas africanas. Publicações: Ritos de passagem, 1985 (poesia); O sangue da buganvília, 1998 (crônicas); O lago da lua, 1999 (poesia).

DINA SALÚSTIO (pseudônimo de Bernardina Oliveira) nasceu na Ilha de Santo Antão, Cabo Verde, em 1941. Poeta e ficcionista, é assistente social, tendo exercido atividades na radiodifusão cabo­verdiana. Como funcionária do Ministério dos Negócios Estrangeiros, residiu em Portugal, Angola e Cabo Verde. Publicações: Mornas eram as noites, 1994 (contos); A louca de Serrano, 1998 (romance); A estrelinha tlim tlim, 1998 (contos).

MARIA SORENSEN é pseudônimo de Maria da Conceição Marques Baptista, que nasceu em Quelimane, Moçambique, a 6 de fevereiro de 1952. Trabalhou como jornalista, foi funcionária da FAO, PMA e Onumoz. Faleceu aos 43 anos, em setembro de 1995, em Pauto, Moçambique. Publicações: Voz no cintilar da aurora, 1969 (poemas); Herança dos deuses, 1989 (romance), D. Theodora e os seus mozumgos, 1998 (romance).

GABRIELA ANTUNES. Nascida no Huambo, Angola, é professora e pedagoga, tendo também exercido, entre outros cargos, o de diretora da Biblioteca Nacional de Angola. Publicações: Kibala, o rei Leão, 1982 (contos); A águia, a rola, as galinhas e os 50 lwei, 1982 (contos); O castigo do dragão, s/d (contos); Estórias velhas, roupa nova, 1988 (contos), O cubo amarelo, 1991 (contos).

ORLANDA AMARÍLIS. Nasceu em 1924, na ilha de Santiago, Cabo Verde. Contista, exerceu o magistério primário, tendo sido também inspetora de ensino. Publicações: Cais-do-Sodré té Salamansa, 1974 (contos); Ilhéus dos pássaros, 1983 (contos); A casa dos mastros, 1989 (contos); Contos cabo-verdianos, 1989 (contos); Facécias e peripécias, 1989 (conto), A tartaruguinha, 1997 (conto).

PAULINA CHIZIANE nasceu em Manjacaze, Moçambique, a 4 de junho de 1955. Prosadora, cursou linguística em Maputo. É a autora do primeiro romance de uma mulher moçambicana. Publicou: Balada do amor ao vento, 1990 (romance), Ventos do apocalipse, 1993 (romance), O sétimo juramento, 2000 (romance).

NOTAS

1 Originalmente publicado na obra Contatos e ressonâncias: literaturas africanas de língua portuguesa, organizada pela Professora Dra. Ângela Vaz Leão, em 2004, publicada pela Editora da PUC Minas.

2 Em razão do pouco conhecimento existente no Brasil sobre as escritoras citadas neste texto, incluímos, ao final, uma indicação biobibliográfica dessas autoras.

Referências

AMARÍLIS, Orlanda. Cais-do-Sodré-té-Salamansa. Lisboa: Coimbra, Centelha, 1974
ANDRADE, Mário de. Antologia temática de poesia africana. Lisboa: Sã da Costa, 1975, 2 V.
ANTUNES, Gabriela. Estórias velhas, roupa nova. Luanda: União dos Escritores Angolanos, 1988.
BAKHTIN, Mikhail. Problemas da poética de Dostoiévski. Rio de Janeiro: Forense Universitária , 1981.
CHIZIANE, Paulina. Balada de amor ao vento. Maputo: Associação dos Escritores Moçambicanos, 1990.
CHIZIANE, Paulina. Ventos do apocalipse. Lisboa: Caminho, 1999.
GOMES, Aldónio e CAVACAS, Fernanda Dicionário de autores de literaturas africanas de língua portuguesa. 2. ed. Lisboa: Caminho, 1997.
SORENSEN, Maria. Dona Theodora e os seus mozungos. Maputo: Ndjira, 1998.
TAVARES, Ana Paula O sangue da buganvília. Praia: Embaixada de Portugal/ Centro Cultural Português, 1998.



i Professora titular sênior de Literaturas Africanas de Língua Portuguesa na Universidade de São Paulo, onde atua em cursos de graduação e pós-graduação. Tem artigos, livros e capítulos de livros publicados na Alemanha, em Angola, no Brasil, na Itália, em Moçambique e em Portugal.

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