DADOS BIOGRÁFICOS

Raul Joviano do Amaral nasceu em 12 de setembro de 1914 em Campinas, São Paulo. Concluiu seus primeiros estudos no grupo escolar São Joaquim, passando pelo Ginásio de Estado e pelo Colégio Diocesano. Diplomou-se em Direito em 1937 pela Faculdade de Direito da Universidade do Brasil, na cidade do Rio de Janeiro. Também se formou ainda nos cursos de Sociologia e Economia e Estatística. Iniciou sua carreira de jornalista em 1933, atuando como redator no São Paulo Jornal. Como membro da União Brasileira de Escritores, teve contato com intelectuais importantes como de Rubens do Amaral, vereador na Câmara Municipal de São Paulo em vários mandatos, Hermes Vieira, Menotti Del Picchia, autor do conhecido Juca Mulato e com outros homens de cultura, reconhecendo o valor que este negro depositava em seus irmãos de cor e o grande esforço por ele feito para defendê-los e valorizá-los.

Em 1931 foi um dos fundadores do jornal afro-brasileiro A Voz da Raça, órgão da nossa imprensa negra dirigido pela Frente Negra Brasileira, e do periódico Alvorada, em 1945. Raul Joviano escreveu para vários jornais e revistas do país, sobretudo de São Paulo. Participou de diversas associações, atuando como presidente do conselho da União dos Servidores Públicos, Consultor Jurídico da Associação José do Patrocínio, na época dirigida pelo Dr. Jorge Prado Teixeira e que foi responsável por grandes conquistas da comunidade negra de São Paulo. Também foi membro da Liga Eleitoral dos Servidores Públicos e do Centro Cultural Luiz Gama além de ter sido capitão da Frente Negra Brasileira que, com o seu fechamento após o golpe militar de 1937, passa a ocupar o cargo de presidente da União Negra Brasileira, associação com os mesmos estatutos da primeira.

Como sociólogo, historiador, ensaísta, poeta, advogado e estatísco economista, Raul Joviano do Amaral participou de numerosas conferências em entidades, associações, centros acadêmicos e culturais que cediam espaço ao estudo da questão dos negros brasileiros. Um desses espaços era a UHC, União dos Homens de Cor, organização com abrangência nacional que, em São Paulo, tinha o escritor como um de seus conselheiros. A ação contra o preconceito étnico e o empenho na valorização cultural e no respeito moral do negro eram os principais objetivos dessa associação. Como um dos nomes da velha guarda que mais se destacaram na vida pública e privada, o intelectual desfrutou de estimado respeito e reconhecimento entre os que lutaram pela emancipação social, emocional, política, econômica e cultural de seus irmãos negros. Falecido em 1988, Raul Joviano do Amaral deixou numerosa produção literária inédita.

 


PUBLICAÇÕES

Obra individual

Vozes e lamentos,1938. (poesia)

Thobias Barreto e a Escola Germânica, 1939.

Crimes e Contravenções, 1940.

Tradições Populares, 1943. (folclore)

O Negro na população de São Paulo, 1947.

Os pretos do Rosário de São Paulo: subsídios históricos. São Paulo: Alarico, 1954.

Direito Penal do Futuro, 1955.

Símbolos Nacionais do Brasil, 1967.

História da Irmandade do Rosário dos Homens Pretos de São Paulo (fundada em 1711).

 


TEXTOS

 


CRÍTICA

 


FONTES DE CONSULTA

OLIVEIRA, Eduardo (Org.). Quem é quem na negritude brasileira. São Paulo: Congresso Nacional Afro – Brasileiro; Brasília: Secretaria Nacional de Direitos Humanos do Ministério da Justiça, 1998. p. 240.// BMA

 


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