A temática da cultura africana e afro-brasileira na literatura infantil de Júlio Emílio Braz1

Eliane Debus *
(Universidade Federal de Santa Catarina / UFSC)

O sol de ontem pode ter se posto, mas sua luz
iluminará os dias que virão.
(provérbio africano)

A presença de personagens negras ou de elementos da cultura africana e afro-brasileira em narrativas de recepção infantil e juvenil, produzidas no Brasil, quase que inexiste anteriormente à década de 1970, e quando tal fato acontece tem as marcas da submissão, do serviçalismo, ou do apiedamento. Maria Cristina Gouvêa (2000), ao analisar as representações sociais sobre o negro na literatura de recepção infantil no Brasil, nas três primeiras décadas do século XX, aponta uma suposta integração racial nessa produção que é marcada por uma visão etnocêntrica, na qual as personagens são identificadas pelo desejo de embranquecimento. O mesmo foi constatado por Luis Fernando França (2006), que verificou, por meio da leitura de títulos de Olavo Bilac, Monteiro Lobato, Érico Veríssimo, Maria José Duprè e Viriato Correa, que, na primeira metade do século XX, a literatura infantil nacional conserva uma visão estereotipada em relação ao negro.

A personagem negra como protagonista na literatura infantil e juvenil se instaura timidamente nas décadas de 1970 e 1980, embora, em muitas produções, encontra-se ainda um discurso contraditório e, por vezes, preconceituoso. Vale consultar algumas pesquisas como as de Rosemberg (1985) – análise de títulos publicados entre os anos de 1955 e 1976; Bazzili (1999) – análise de títulos publicados entre os anos de 1975 a 1995; Oliveira (2003) – análise de títulos publicados entre os anos de 1979 e 1989.

O mercado editorial na década de 1990 não apresenta mudanças significativas, sendo a produção ainda incipiente no que se refere à questão étnico- racial, embora os Parâmetros Curriculares Nacionais anunciassem como um dos temas transversais a pluralidade cultural.

No entanto, na primeira década do novo milênio, vamos encontrar um mercado editorial adaptando-se à nova demanda promovida pela Lei 10639. Sancionada pelo Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva em maio de 2003, a lei instituiu a obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana no currículo escolar do ensino fundamental e médio, culminando com a criação das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira (julho/2004a), que colocam a literatura como uma das possibilidades de trabalho. Assim, as editoras se voltam para publicações que cumpram esse fim.

Na pesquisa “A representação do negro na literatura brasileira para crianças e jovens: negação ou construção de uma identidade?” mapeamos a produção literária para crianças a partir de sete catálogos de casas editoriais (Ática, Companhia das Letrinhas, DCL, FTD, Paulinas, Salamandra e Scipione – 2005), e constatou-se que a representação de personagens negras na literatura infantil, mesmo tendo ganhado, nos últimos anos, mais espaço nas editoras, ainda ocupa um lugar muito pequeno em relação ao total de títulos. Do total de 1.785 títulos levantados, 79 trazem personagens negras, e, das editoras investigadas, as que mais têm se dedicado sobre a temática são a DCL e a Paulinas. Os escritores Rogério Andrade Barbosa, Joel Rufino dos Santos e as escritoras Georgina Martins e Heloisa Prieto são os que têm mais títulos dedicados ao tema. (DEBUS, 2007).

No ano de 2008, na pesquisa “A cultura africana e afro-brasileira na literatura de recepção infantil e juvenil: um diálogo singular em pluralidades”, mapeamos os títulos de oito casas editorias (Ática, Companhia das Letrinhas, DCL, Paulinas, Scipione, Mazza, Pallas e SM), tendo como referência os catálogos comerciais do ano de 2008/2009. 2 Os catálogos editoriais somaram 2.416 títulos publicados. Destes foram selecionados 170 que trouxeram a presença do negro, sua cultura e africanidades. Sendo assim, o investimento em livros com a temática africana e afro- brasileira no corpus pesquisado corresponde a 7% do total de publicações (DEBUS; VASQUES, 2009).

Poderíamos num primeiro momento acreditar que o crescente aumento de narrativas que apresentam personagens negras seja uma estratégia política de dominação, concedida pela cultura dominante e a ela atrelada, por isso negá-la deveria ser uma prerrogativa. No entanto, esse eco das “vozes das margens”, nesse caso específico na literatura para crianças, são resultados do que Stuart Hall (2003) nomeia “de políticas culturais da diferença, de lutas em torno da diferença, da Produção de novas identidades e do aparecimento de novos sujeitos no cenário político e cultural.” (p.320).

Sendo assim, não é válido entendermos este prenúncio de acréscimo de títulos que apresentam a cultura africana e afro-brasileira somente pelo viés mercadológico de aproveitamento de um nicho, seguindo a linha de Hall (2003, p.320), que observa a necessidade de um afastamento das duas grandes contranarrativas, que se opõem numa eterna divisão: vitória total ou de total cooptação, quando se pensa nos discursos dobre as etnicidades marginalizadas.

Neste artigo optamos por trazer à cena a produção literária de Júlio Emílio Braz, embora os seus títulos não tenham sido foco de nosso estudo, já que o seu discurso se volta mais para o público juvenil. No entanto, juntamente com Joel Rufino dos Santos e Rogério Andrade Barbosa, Braz compõe um grupo especial que têm a sua trajetória de escrita profissional estreitamente vinculada a essa problemática, isto é, trazem para o seu fazer literário personagens afro-brasileiros e africanos e suas múltiplas culturas, independente das ações afirmativas do governo.3

Quem é Júlio Emílio Braz

Sempre me ressenti, como afrodescendente, da inexistência de livros que falassem sobre a África ou que contassem suas histórias. Sem procurar muito, até hoje é bem mais fácil encontrar livros com lendas europeias, vikings, russas, japonesas.

Júlio Emílio Braz

Nascido em Minas Gerais, aos cinco anos de idade Júlio Emílio Braz (1959) muda-se para o Rio de Janeiro. Aos 21 anos assume o ofício de escritor, produzindo roteiros de histórias em quadrinhos e, mais tarde, livros de bolso do gênero western (412 títulos no total, utilizando 39 pseudônimos diferentes). Sua produção para o público juvenil tem início em 1988, com o livro Saguairu que focaliza o embate entre um índio e um lobo-guará. Seus títulos, em sua maioria, direcionam-se ao público adolescente e a temática étnico-racial aparece em um número expressivo deles.

Negro, o escritor diz ter se reconhecido como tal somente aos vinte e poucos anos de idade: “meus sentimentos em relação a minha cor ou a minha etnia eram simplesmente embranquecidos” (BRAZ, 1997). No prefácio de Pretinha, eu?, o escritor declara não ser este um livro autobiográfico, mas que certamente tem um pouco da sua cara.

A temática da cultura africana e afro-brasileira na literatura infantil de Júlio Emílio Braz é aqui apresentada através da análise de quatro títulos: Lendas Negras (FTD, 2001), Sikulume e outros contos africanos (Pallas, 2005), Pretinha, eu? (Scipione, 1997) e Felicidade não tem cor (Moderna, 1994), pois se acredita que eles permitem ao leitor uma reflexão sobre a diversidade e multiplicidade cultural que o rodeia, contribuindo para uma formação em que a pluralidade cultural é edificada pela singularidade de cada indivíduo.

Os dois primeiros títulos, Lendas Negras e Sikulume e outros contos africanos, apresentam estruturas próximas: reunião de contos que relatam histórias de diferentes povos africanos, apresentando a multiplicidade cultural desse continente plural. Já as narrativas Pretinha, eu? E Felicidade não tem cor trazem como protagonistas crianças negras contemporâneas e os enfretamentos preconceituosos referentes a questões étnico-raciais no espaço escolar.

Os recontos africanos nos livros Lendas Negras e Sikulume e outros contos africanos

Raro é o sonho que começa e acaba na mesma noite. A verdade não está num só, mas em muitos sonhos.

Provérbio africano.

Lendas negras é composto de oito contos que têm sua origem nas narrativas populares de diferentes países da África (Botsuana, Angola, Mali, Tanzânia, África do Sul, Nigéria e Quênia). As informações sobre a origem de cada conto e a sua amplitude no universo oral africano são apresentadas num paratexto ao final do livro.

Já o livro Sikulume e outros contos africanos é composto de sete narrativas.

Diferentemente do outro livro, aqui não somos localizados territorialmente, mas a cada leitura percebe-se um espaço diferenciado, embora marcado pela atemporalidade do “Era uma vez”, “Há muitos e muitos tempos” etc. A oralidade é a marca dessas narrativas construídas e perpetuadas por gerações e gerações de narradores. A síntese a seguir apresentada servirá para o reconhecimento do que essas obras têm em comum.

Em ambos os livros a construção narrativa se dá em forma de lenda (do latim legenda, legere – “ler”), narrativas de caráter marcadamente oral que vão sendo transmitidas de boca em boca, perdendo fios aqui, ganhando outros ali, por meio de encontros geracionais ganham vida, sempre renovada. Ao transportar estas narrativas do mundo oral para o mundo da escrita, Júlio Emílio Braz exercita seu ofício de escritor o mais próximo do narrador tradicional, no caso o griot – o contador de histórias da tradição oral africana, aquele que tem guardada na memória a memória da sua gente.

As explicações, fictícia e sobrenatural, para acontecimentos verdadeiros, inexplicáveis cientificamente, envolvem esses relatos de cunho fantástico, nos quais o inventivo prepondera. No entanto, esse fantástico não tem caráter de puro entretenimento, mas a finalidade de educar, ditando regras de convivência no universo social. Walter Benjamin (1994) destaca a dimensão utilitária e o caráter de aconselhamento da verdadeira narrativa, conselho este que, “tecido na substância viva da existência, [...] tem um nome: sabedoria” (p. 200).

Na lenda “Quem perde o corpo é a língua” (BRAZ, 2001), por exemplo, um caçador conta vantagens a seu povo por falar com a morte – uma caveira que reiteradamente e cheia de mistérios afirma “quem perde o corpo é a língua”. Realmente a língua leva o caçador à morte, pois este se dá mal por contar vantagem de sua ligação e poder comunicativo com a inusitada amiga.

O castigo e a punição despontam como características dessa narrativa. E a morte, por sua vez, travestida na imagem da caveira não assusta, é algo natural – este conto oral também foi recolhido por Lourenço do Rosário, em Contos africanos (2001).

A metamorfose, componente frequente nas narrativas de recepção infantil – sapos que viram príncipes, ratos que ao toque de uma varinha de condão ganham ares de cocheiros, príncipes que enfeitiçados tornam-se pássaros -, também se faz presente nas narrativas lidas. Em “Tsui’goab ou a batalha contra a morte” (BRAZ, 2001), as aventura de um aldeão do povo Kói, deserto do sul da África, que, ao lutar contra a Gaunab (a morte), vence, mas perde a vida, torna-se Tsui’goab, um deus da chuva que vem acalentar a sede e a fome do seu povo, depois de uma eterna seca. Ou o homem-leão que protege uma aldeia dos seus próprios ataques (BRAZ, 2001). A morte pode ser punição, mas também redenção. Ela não é encarada como algo temeroso, assustador, mas algo natural.

Em três contos de Sikulume (2005), o canibalismo é matéria-prima para a narrativa: o grande chefe dos animais que devora tudo e todos, ou a mãe canibal que sacia a fome devorando seus filhos, juntamente com todo o povo da aldeia. Em ambos, as personagens têm a barriga estripada e fantasticamente todos aqueles que eram alimentos saem sãos e salvos.

Narrativas contemporâneas: a criança negra como personagem

Pretinha, Eu? e Felicidade não tem cor são narrativas que apresentam um tempo e espaço marcadamente histórico, o viver contemporâneo e a realidade escolar brasileira. Ambas apresentam narradoras oniscientes: no primeiro caso a menina Bel, que não se reconhece como negra e encontra em Vânia o espelho para o reconhecimento; no segundo, por uma boneca de pano “bem pretinha” companheira do menino Fael, que, sendo negro, se quer branco.

No livro Pretinha, Eu? (Scipione, 1997), a narradora é Bel, uma adolescente que vai aos poucos compondo sua identidade a partir do Outro, neste caso outra adolescente, Vânia, colega no tradicional Colégio Harmonia. Vânia é a primeira aluna negra na história da instituição. Bolsista, sofre todas as humilhações possíveis lideradas por Carmelita.

A narrativa apresenta o conflito da personagem Bel, que é encorajada pela mãe a constituir a sua identidade por meio da negação da sua origem. Ela não era negra. Era, segundo a mãe, MORENINHA! Ao olhar o outro – Vânia – a menina Bel se reconhece como negra.

Aos poucos, juntamente com seu pai, Bel compõe seu álbum familiar com fotografias do lado paterno, que até então era excluída pela mãe. O exercício da menina de constituir suas raízes leva o pai também a refletir sobre a educação que oferece a sua filha.

Sabe-se que a construção da identidade a partir de um padrão estético calcado no modelo branco europeu fez com que imperasse a política de branqueamento. Equalizadas as diferenças culturais, homogeneíza-se: somos um único povo, o brasileiro; uma nação branca a partir do processo de miscigenação.

Expressões como “moreninha”,“café com leite”, etc., colaboram com essa ideia de falsa igualdade. Assim, consciente ou inconscientemente, pode vir à tona o preconceito étnico-racial, oriundo dessa educação eurocêntrica (MUNANGA, 2005).

Em Felicidade não tem cor, Maria Mariô, uma boneca “pretinha” da caixa de brinquedos da escola, é a melhor amiga de Fael, um menino negro que sonha ser branco e deixa isso registrado em uma redação escolar: “Eu queria ser branco. Se eu fosse branco, ia ser diferente. Todo mundo ia gostar da gente (...)”.

A autoestima do menino fica à deriva diante do preconceito dos colegas – outras crianças – que o chamam dos mais diversos apelidos: “Negrão”, “Zoião”, "Pelé”, “picolé de asfalto”, “Macaco”, “Anu”, “Carvão”.

O preconceito, a discriminação racial une o menino e a boneca – se o primeiro é motivo de chacota, à boneca resta o abandono na caixa de brinquedos.

Destaque novamente para a ideologia do branqueamento que:

se efetiva no momento em que, internalizando uma imagem negativa de si próprio e uma imagem positiva do outro, o indivíduo estigmatizado tende a se rejeitar, a não se estimar e a procurar aproximar-se em tudo do indivíduo estereotipado positivamente e dos seus valores, tidos como bons e perfeitos.

(SILVA, 2005, p. 23).

O sonho de Fael: ser branco, superar aquilo que lhe faz “inferior” aos outros:

Como é que a gente fica branco? Vou perguntar ao Cid Bandalheira. Ele tem um programa na Rádio Roda-Viva e só toca Michael Jackson. Ele até já deu o endereço do Michael Jackson pra gente, mas eu perdi. Vou pedir para ele de novo. Eu quero ser branco (SILVA, 2005, p. 9).

O menino e a boneca, numa aventura noturna, vão até a estação e encontram o radialista. A imagem que o menino tinha deste se desfaz, e ele encontra um homem negro e paraplégico que o auxilia na construção da sua autoestima.

Nos dois livros, nas crianças Fael e Vânia, a representação de estereótipos e atitudes discriminatórias em relação às personagens negras servem como mote para reflexão. As personagens negras são apresentadas como intelectualmente capazes, bons alunos que se destacam nas avaliações, tirando boas notas.

Na primeira narrativa, a escola é um local de tensão e é neste espaço que conflitos serão revelados, o corpo docente interfere nas relações trazendo o conflito à baila numa reunião com todos os estudantes. Assim, o preconceito e a discriminação que aparecem no cotidiano escolar, senão resolvidos, são desvelados, desfazendo a idéia inicial do mito da democracia racial, que “defende que a sociedade brasileira não tem práticas racistas e que pessoas negras ou brancas têm as mesmas possibilidades de ascensão e sucesso sociais” (CAVALLEIRO, 2005).

Já na segunda narrativa a escola funciona como pano de fundo, pois é na Rádio Roda-Viva que Fael vai se encontrar como criança negra que é. Desfaz-se a idéia obsessiva em aprender com o cantor Michel Jackson os segredos do branqueamento.

Para não dizer que não falei em conclusões

As palavras de Júlio Emílio Braz, tomadas de empréstimo para iniciar a análise dos títulos escolhidos, se constituem forte registro do seu desejo de apresentar e representar o ausente, presenteando as crianças e adolescentes, leitores das narrativas, com a presença das personagens negras.

É necessário pensar aqui neste leitor, negro e não negro, que, acolhendo as narrativas, vivenciará experiências múltiplas. Primeiro através de narrativas que protagonizam um continente singular imerso em pluralidades, a África e suas “culturas”, bem como as representações de crianças contemporâneas afro-brasileiras, problematizando o enfrentamento diante da brutalidade e insensibilidade, preconceitos enraizados de um outro, que se anuncia bruto, mas que lhe possibilita o encontro consigo mesmo. Plural, também, é a identidade afro-brasileira.

Interessa aqui, sem uma visão reducionista e essencializante, sublinhar a escrita negra sobre o negro. Um escritor, Júlio Emílio Braz, que, assumindo sua identidade negra, tece um dizer sobre o ser negro.

No entanto, a representação de uma personagem negra em um livro para crianças não garante que este discurso trará noções de pertencimento (afirmação de uma identidade), principalmente porque ronda, ainda, na produção literária de recepção infantil, um discurso de caráter utilitário, vinculado aos padrões moralizantes e pedagógicos, sem comprometimento com o estético, incapaz de despertar o leitor para o prazer do texto. Ou, pior ainda, uma literatura travestida de um “utilitarismo às avessas” (PERROTTI, 1986), que, com pretensões de romper com a tradição do gênero, acaba colocando, de forma implícita, os padrões discursivos tradicionais. “O recurso utilizado é, então, a manipulação dos registros (narrativa/discurso), criando no leitor a ilusão de que não se trata de um ensinamento, até o final, quando este já está dado e o jogo pode explicitar-se” (PERROTTI, 1986, p.125).

Ao lermos as narrativas, corpus desta reflexão, constata-se que a linguagem literária, tecida pelos fios da imaginação, confecciona um enredo de visibilidade, de encontros e diferenças. A palavra alçada ao plano do ficcional (re)desenha, (re)significa papéis e (re)configura espaços; o Outro não é mais sempre o mesmo, porque o mesmo assim o deixou de ser.

Referências

BAZILLI, Chirley. Discriminação contra personagens negros na literatura infantojuvenil brasileira contemporânea. São Paulo: PUC-SP, 1999. (Dissertação de mestrado).

BENJAMIN, Walter. O narrador: considerações sobre a obra de Nikolai Leskov. In: Magia e Técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. 7 ed. Trad. Sérgio Paulo Rouanet. São Paulo: Brasiliense, 1994. v.1.

BRAZ, Júlio Emílio. Lendas negras. Il.Salmo Dansa. São Paulo: FTD, 2001.

BRAZ, Júlio Emílio. Sikulume e outros contos africanos. Il. Luciana Justiniani. Rio de Janeiro: Pallas, 2005.

BRAZ, Júlio Emílio. Pretinha, Eu?. São Paulo: Scipione, 1997.

BRAZ, Júlio Emílio. Felicidade não tem cor. Il. Odilon. São Paulo: Moderna, 1994.

CAVALLEIRO, Eliane. Discriminação racial e pluralismo nas escolas públicas da cidade de São Paulo. In: Educação anti-racista: caminhos abertos pela Lei Federal n.o 10.639/03. Brasília: MEC/SECAD, 2005.

DEBUS, Eliane S. D.; VASQUES, Margarida Cristina. A linguagem literária e a pluralidade cultural: contribuições para uma reflexão étnico-racial na escola. In: Conjectura: filosofia e educação./UCS, v. 7, n.1, Caxias do Sul, RS:Educs, 2009.

DEBUS, Eliane. A representação do negro na literatura para crianças e jovens: negação ou construção de uma identidade? In: Imaginário, identiddades e margens: estudos em torno da literatura infanto-juvenil. Vila Nova de Gaia: Gailivro,, 2007. p. 262-269.

BRAZ, Júlio Emílio. A temática da cultura Africana e afro-brasileira na literatura infantil de Júlio Emilio Braz. In: COELHO, Nelly Novaes Coelho; CUNHA, Maria Zilda da Cunha; BASEIO, Maria Auxiliadora Fontana. Tecendo literatura: entre vozes e leituras. São Paulo: USP, 2013.

FRANÇA, Luiz Fernando. Personagens negras na literatura infantil brasileira: da manutenção à desconstrução do estereótipo. Cuiabá: UFMT, 2006. (Dissertação de mestrado)

GOUVÊA, Maria Cristina Soares de. Imagens do negro na literatura infantil. Disponível: <http://wwww.educacaoonline.pro.br>. Acesso em 15 jun.2001.

HALL, Stuart. Que “negro” é esse na cultura negra? In: HALL, Stuart. Da Diáspora: identidade e mediações culturais. Trad. Adelaine La Guardiã Resende et all. Belo Horizonte: UFMG, 2006.

MUNANGA, Kabengele (Org). Introdução, In: Superando o racismo na escola. Brasília: MEC/SECAD, 2005.

OLIVEIRA, Maria Anória de J. Negros personagens nas narrativas literárias infanto juvenis brasileiras: 1979-1989. Salvador: UNEB, 2001. (Dissertação de mestrado)

PERROTTI, Edmir. O texto sedutor na literatura infantil. São Paulo: Ícone,1986.

SILVA, Ana Célia da. A desconstrução da discriminação no livro didático. In: MUNANGA, Kabengele (Org). Superando o racismo na escola. Brasília: MEC/SECAD, 2005.

ROSÁRIO, Lourenço do. Contos africanos. Lisboa: Texto Editora, 2001.

ROSEMBERG, Fúlvia. Literatura infantil e ideologia. São Paulo: Global, 1985.

* Doutora em Letras, Especialista em Literatura Infantil e Juvenil, Professora do Departamento de Metodologia de Ensino, do Centro de Educação, da Universidade Federal de Santa Catarina. Autora dos livros Monteiro Lobato e o leitor, esse conhecido (2004, UFSC/UNIVALI) e Festaria de brincança: a leitura literária na Educação Infantil (Paulus, 2006) ambos ganhadores do Selo de “Livro Altamente Recomendado”.

1 Texto publicado no livro Tecendo literatura: entre vozes e leituras (2013), organizado por Nelly Novaes Coelho; Maria Zilda da Cunha e Maria Auxiliadora Fontana Baseio.

2 A pesquisa foi desenvolvida entre os meses de julho/2008 a julho/2009, no âmbito do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica – PIBIC/CNPQ/2008 pela acadêmica Margarida Cristina Vasques, sob a orientação da prof. Eliane Debus.

3 Lembrando que os três escritores iniciam na década de 1980 uma verve produtiva em relação a temática, ora trazendo personagens negras como protagonistas, ora recontando contos africanos.

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