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O LIVRO DOS
NOMES, de Maria
Esther Maciel (São Paulo: Companhia das Letras, 2008) - Prêmio Casa de las
Américas 2009 - 1a. Menção Especial da categoria "Literatura
Brasileira". - Finalista do Prêmio São Paulo de Literatura
2009, na categoria Melhor Romance de 2008. - Finalista da última fase do Prêmio
Passo Fundo Zaffari & Bourbon de Literatura 2009. - Finalista do Prêmio Jabuti 2009,
categoria romance. - Finalista da última fase do Prêmio
Portugal Telecom de Literatura em Língua Portuguesa 2009. ________________________________________________ Apresentação de O Livro dos Nomes, de Maria Esther Maciel (texto da orelha) De Antônio a Zenóbia, vinte e seis personagens entram
em cena por ordem alfabética, formando uma tapeçaria de relações humanas que
pode muito bem ser chamada de romance. Um romance sui generis, cujo início está em qualquer de suas partes, pois
cada nome, ou o ser que ele designa, é o princípio do mundo. Ou, ao menos, um
princípio possível. Os laços entre esses indivíduos são da natureza mais
variada. Parentes, amantes, patrões, empregados, cada um deles assume em
algum momento o primeiro plano, revelando-nos aquilo que os outros apenas
entrevêem. Ao adotar um eixo onomástico de ordenamento da sua
ficção, Maria Esther Maciel parece parodiar a estrutura dos dicionários de
nomes, dos manuais esotéricos e dos livros de auto-ajuda, arrolando
etimologias reais ou espúrias, espalhando pistas falsas, esvaziando clichês. Não raro, a definição do
significado de um nome, que prefacia os capítulos, é contradita ou matizada
pelo que vem narrado em seguida, em parágrafos densos, elegantes e concisos.
Há uma tensão permanente entre o viés classificatório que estrutura o livro e
a realidade fugidia de cada personagem, a mostrar que a vida escapa por todas
as frestas. Eugênia, por exemplo, é um nome que caracteriza
mulheres “afáveis e amenas”. Mas a Eugênia deste livro é rebelde, desafia as
ordens da mãe e “não se deixa intimidar pelas ameaças de surra”. O pai,
Antônio, incentiva-a a se refugiar no alto das árvores do quintal. Mas ele
próprio, cujo nome significa “o que se opõe, faz frente a alguma coisa”,
buscará o seu refúgio de maneira inesperada, no capítulo que lhe corresponde. Mosaico, quebra-cabeça, caleidoscópio, qualquer
dessas definições se aplica à surpreendente narrativa de O livro dos nomes, que estimula o leitor a participar de sua
construção e a descobrir nela múltiplos significados. _____________________________________________ TEXTO
DA QUARTA CAPA
O comerciário Antônio é casado com Sílvia e tem um romance com a
agregada Irene, neta da negra Quitéria, que nasceu um ano após a abolição da
escravatura. De vinte e seis nomes e seus supostos significados emerge a complexa
rede de relações que compõe este livro singular. Nesta narrativa elíptica e
fragmentada, cada personagem tem o seu momento de passar de coadjuvante a
protagonista, revelando aspectos até então insuspeitados. Ao parodiar e
subverter os dicionários de nomes, o quebra-cabeça ficcional de Maria Esther
Maciel provoca o leitor a participar de sua construção e da descoberta de
seus múltiplos significados. Na contramão dos manuais esotéricos e dos livros
de auto-ajuda, os personagens parecem se rebelar aqui contra as
classificações em que estão enquadrados inicialmente, mostrando que, por mais
fascinantes que sejam os jogos mentais, a vida escapa por todos os seus
desvãos.
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