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Faculdade de Letras da UFMG Pós-Graduação em Estudos Literários - Mestrado e
Doutorado Disciplina: Literatura e outras artes: A poesia no cinema Profa. Maria Ester Maciel Borges 1o. semestre de 2003. Título do Curso: A
poesia no cinema I. Ementa O curso tem como proposta
investigar diferentes formas de manifestação
do poético em filmes contemporâneos que, por vias explícitas ou implícitas,
mantêm algum tipo de relação com a literatura, seja através de adaptações
não-convencionais, seja através de transcriações, citações e evocações de
textos em prosa ou verso nos quais predomina a função poética da linguagem.
Pretende-se discutir, sobretudo a partir das reflexões teóricas de Octavio
Paz, Maurice Blanchot e Haroldo de Campos, diferentes conceitos de
“poético”, com vistas a mostrar como certos filmes contemporâneos
(mais especificamente a partir de 1990) incorporam, a partir do diálogo com
escritos poéticos de vários autores, elementos que os aproximariam do campo
da poesia. Pretende-se discutir, dentre outras coisas, como esse cinema
– que segundo a perspectiva de
alguns pensadores pós-modernos, poderia estar em dissonância ou em relação
anacrônica com as demandas de uma época cada vez mais controlada pela lógica
do mercado e pela velocidade saturada das informações – aponta,
entretanto, para uma tendência visível em alguns setores artísticos do
presente, que é a de tornar compatíveis tais demandas com o exercício de
formas alternativas de sensibilidade. Serão tomados como principais
pontos de referência para tais abordagens pelo menos quatro filmes produzidos
na última década: O livro de cabeceira, de Peter Greenaway; Dead
Man, de Jim Jarmusch; Tão longe, tão perto, de Wim Wenders, e São
Jerônimo, de Júlio Bressane. Outros filmes emblemáticos dessa conjunção
poesia/cinema, produzidos em períodos anteriores, como O cão andaluz,
de Buñuel, Limite, de Mário Peixoto, e
O ano passado em Marienbad, de Resnais, serão também discutidos
ao longo do curso. II. PROGRAMA
III. CRONOGRAMA Abril 25. Apresentação e discussão de programa,
cronograma e bibliografia/ Introdução ao tema do curso Maio 09. Mesa-redonda de abertura: James Joyce
– experimentalismo e transculturalidade Participantes: Donaldo Schüler (UFRS), Sérgio Medeiros
(UFSC) e Dirce Waltrick do Amarante (UFSC) 16 e 23 . O narrativo e o poético no cinema: Griffith e Eiseinstein, Dickens e
Joyce Textos: EISENSTEIN, Sergei. Dickens,
Griffith e nós. A forma do filme, p. 173-215. EISENSTEIN, Sergei. Palavra e
imagem. O sentido do filme, p. 13-47. GUIMARÃES, César. Algumas
aproximações entre literatura e cinema, p.109-142. BARTHES, Roland. O terceiro
sentido. O óbvio e o obtuso, p. 35-61. Textos complementares: MACHADO, Arlindo.
“Esses lugares iníquos, esses espetáculos suspeitos..... “(p.
76-87) e “O nascimento do narrador” (p. 138-147) In: Pré-cinemas
& pós-cinemas. Filmes:
fragmentos de O nascimento de uma nação (Griffith) e Outubro (Eiseinstein) 30. O cinema como instrumento de poesia
– Buñuel e a poética surrealista Textos: BUÑUEL,
Luis. O cinema como instrumento de poesia. In: XAVIER, Ismail
(org.) A experiência do cinema, p. 333-337. PAZ, Octavio. El poeta Buñuel. Las peras del olmo,
p. 183-187. PAZ, Octavio. Estrella de tres puntas –
el surrealismo, p. 13-60. BLANCHOT, Maurice. A
inspiração, a falta de inspiração. O espaço literário, p. 177-1887. Texto complementar: BRETON, André. Manifesto
Surrealista. Manifestos do surrealismo, p. 25-70. PAZ, Octavio. O cine filosófico de Buñuel. Os
signos em rotação, p. 237-242. PAZ, Octavio. Poesia e poema.
In: O arco e a lira, p. 15-31. Filme: O cão andaluz, de
Luis Buñuel. Junho 06. O cinema como instrumento de poesia – Epstein, Pasolini e Mário Peixoto Textos: EPSTEIN, Jean. O cinema e as letras modernas / Bonjour cinéma.
In: XAVIER, Ismail. A experiência do cinema (org.), p. 269-280. PASOLINI, P.P. O cinema de poesia. In: Ciclo Pasolini anos 60,
p. 21-51. CAÑIZAL, Eduardo P. Cinema e poesia. In: XAVIER, Ismail. O
cinema no século, pp.353-364. PEIXOTO,
Mário. Ensaio sobre Limite. In: MELLO, Saulo Pereira (org.). Mário
Peixoto: escritos sobre cinema. Textos complementares: PEIXOTO,
Mário. Poemas selecionados. In: Poemas de permeio com o mar. HERTZ,
Constança. Mapas inexistentes, caminhos incertos: a obra poética de Mário
Peixoto. In: Agulha – Revista de Cultura (http://www.secrel.com.br/jpoesia/ag17hertz.htm) GUERRA, Rui, BRESSANE, Julio e
PIZZINI, Joel. O eu da arte é fora de si. Cinemais Filme: Limite, de
Mário Peixoto 13. A sinestesia das imagens: Alain Resnais e Robbe-Grillet Textos: ROBBE-GRILLET,
Alain. O ano passado em Marienbad (introdução e roteiro) KIRSCH, Walter W. Marienbad revisited. In: Creative screenwriting.
http://www.geocities.com/Hollywood/Academy/7909/Marienbad.htm GRÜNEWALD,
José Lino. Marienbad – inauguração de uma linguagem. In: Um
filme é um filme, p. 94-99 PESSOA,
Fernando. O sensacionismo. In: Obras em prosa, p. 423-449. Filme: O ano passado em
Marienbad, de Alain Resnais Textos complementares: XAVIER, Ismail. Cinema: revelação e engano. In: NOVAES, Adauto (org.), pp.
367-384. MORAES,
Vinícius de. Ritmo e poesia. In: O cinema de meus olhos. MACIEL, Maria Esther. A poesia no cinema: de Luis Buñuel a Peter
Greenaway. Cadernos de Tradução, p.81 – 92. 27. Poesia á flor da tela:
Peter Greenaway e Sei Shonagon Textos: PAZ, Octavio. Tres momentos de la literatura
japonesa. Las peras del olmo,
p. 107-135. SHONAGON, Sei. The pillow book. (fragmentos). GREENAWAY,
P. Cinema: 105 anos de texto ilustrado. In: Aletria – Revista de Estudos
de Literatura, p.9-12. EISENSTEIN,
Sierguéi. O princípio cinematográfico e o ideograma. In: CAMPOS,
Haroldo de. Ideograma,
p. 163-185. CAMPOS,
Haroldo de. Visualidade e concisão na poesia japonesa. A arte no horizonte
do provável, p. 62-70. BLANCHOT,
Maurice. Recurso ao diário. O espaço
literário, p. 19-20. Textos complementares: SCARPETTA, Guy. The pillow
book: la volupté des signes. In: Positif.
Paris, n.431, jan.1997. BLANCHOT,
Maurice. O diário íntimo e a narrativa. In: O livro por vir, p. 193-201. CAMPOS,
Haroldo de. Ideograma, anagrama, diagrama. Ideograma, p. 10-113. MACIEL, Maria Esther. A
poesia no cinema: de Luis Buñuel a Peter Greenaway. Cadernos de Tradução,
p.81 – 92. Filme: O livro de
cabeceira, de Peter Greenaway. Julho 04. Poesia á flor da tela: Peter Greenaway e Sei Shonagon – CONT. 11.
A tradução como criação poética no cinema – Bressane, Greenaway e
São Jerônimo Textos: BRESSANE, Julio. Fotograma: grão de luz no deserto, p.7-22. CAMPOS, Haroldo
de. “Transluciferação mefistofáustica”. In: Deus e o diabo no
Fausto de Goethe. LARBAUD, Valéry. Sob
a invocação de São Jerônimo. MACIEL, Maria Esther. São Jerônimo em
tradução: Bressane, Greenaway e Haroldo de Campos. Aletria – Revista de Estudos de Literatura, p. 53-59. Filme: São Jerônimo, de Júlio Bressane. Material
iconográfico: representações
de São Jerônimo em De la Tour,
Antonello da Messina, Durer e Caravaggio. 18 e 25. O sublime contemporâneo –
Wim Wenders à luz de Rilke e Benjamin LAVERY, David. The Angel of 20th Century Art. Site: http://www.mtsu.edu/~dlavery/Writing/Angel%20of%2020th.htm BAUDELAIRE, Charles. L’ albatros / O
albatroz. In: As flores do mal, p. 110-111. RILKE, Rainer Maria. Elegias
de Duíno. LOPES, Denilson. O retorno do
sublime. (xerox) GUIMARÃES, César. Narrar por
imagens: o olhar e a memória. Imagens da memória, p. 143—192. BENJAMIN, Walter. Sobre o
conceito de história. 222-2232. BENJAMIN, Walter. O narrador.
Magia e técnica, arte e política, p.197-221. Textos complementares: SERRES, Michel. Angels
– a modern mith. (fragmentos) CAMPOS, Augusto de. Coisas e
anjos de Rilke. In: Coisas e anjos de Rilke, p. 15-23. SALIBA, Ana Maria Portugal.
Nas pegadas do anjo. O vidro da palavra, p. 163-182. JAMESON, Fredric. The cultural logic of late
capitalism, p. 1-54. Filmes: Asas
do desejo e Tão longe, tão perto, de Wim Wenders Agosto 01. A travessia dos
infernos – Jim Jarmusch e William Blake ROSENBAUM, Jonathan. Dead man – Jim
Jarmusch. London: BFI, 2000. (fragmentos) JARMUSCH, Jim. Interview – Dead Man. In: Jim
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