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Faculdade de Letras da UFMG Pós-Graduação em Estudos Literários – Doutorado Disciplina: Seminários sobre
Literatura Brasileira e outras literaturas: escritas híbridas na literatura
contemporânea Profa. Maria Ester Maciel de Oliveira Borges 1o. semestre de 2006 Título do Curso: Escritas híbridas na literatura
contemporânea I. Ementa Não são poucos os escritores
contemporâneos que têm experimentado formas textuais híbridas, a partir da
mesclagem de poesia, narrativa, ensaio, aforismo e roteiro cinematográfico.
Modalidades textuais alternativas, como verbetes de enciclopédia, listas, recenseamentos, receitas culinárias
e bulas de remédio também têm sido incorporadas criativamente por muitos
autores, numa nítida abertura de fronteiras textuais. O curso tem como
proposta investigar essas escritas híbridas, evidenciando que, mais que nunca,
essas misturas perdem o que Serge Gruzinski chamou de “aspecto de uma desordem
passageira” para se tornarem uma
“dinâmica fundamental” da cultura contemporânea. Serão analisados
textos de Georges Perec, J.M.Coetzee, Anne Carson, Enrique Vila-Matas, Milorad
Pávitch, Octavio Paz, Ana Cristina César, Haroldo de Campos, Luiz Ruffato e
Wilson Bueno, dentre outros escritores brasileiros da atualidade. II. PROGRAMA
·
A questão dos gêneros
literários: limites e desvios da classificação ·
Cruzamentos/ hibridismo/atopia
na literatura e cultura contemporâneas ·
Mesclagens poéticas: o poema
em prosa, a prosa-poética e afins ·
Narrativa, ensaio e outros
entrecruzamentos textuais. ·
Das misturas radicais ao
“grau-zero” do gênero III.
CRONOGRAMA
Março: 3 dias
letivos (16, 23, 30) – 16h/a
Textos crítico-teóricos de referência: PEREC, Georges. Pensar/clasificar.
Trad. (capítulos selecionados) GRUZINSKI,
Serge. Misturas e mestiçagens. Pensamento
mestiço, p. 39-62. CAMPOS,
Haroldo de. Ruptura dos gêneros na
literatura latino-americana, p. 9-50. MACIEL, Maria Esther. The
unclassiafiable. In Problematizing
Global Knowledge, p. 27-30. COHEN, Ralph. Do exist
the postmodern genres? In: PERLOFF, Marjorie Postmodern Genres. OLEZA,
Joan. Final de siglo, final de género? In: La página, p. 39-44. Textos
complementares: DERRIDA, Jacques ( 1980).
"The Law of Genre". In: Critical Inquiry. COMPAGNON, Antoine. O leitor. O
demônio da teoria, p. 139-164. GUATTARI, Félix. Caosmose. Abril: 3 dias letivos (6, 20 e 27) – 8 h/a
Textos crítico-teóricos de referência: BAUDELAIRE, Charles. A
Arsène Houssaye. Pequenos poemas em
prosa. MACIEL,
Maria Esther. Poesia à margem do verso. A
memória das coisas – ensaios de literatura, cinema e artes plásticas. Rio
de Janeiro: Lamparina, 2004, p. 123-131. PAZ,
Octavio. Verso e prosa. Os signos em rotação, p.11-36. VALÉRY,
Paul. Poesia e pensamento abstrato. Variedades,
p. 201-219. ECO, U. O signo da poesia e o signo da prosa. Sobre os espelhos e outros ensaios, p.
232-249. PESSOA, Fernando. Poesia e prosa. Obras em prosa, p. 273-274. Leitura e análise de
textos literários – Baudelaire, Rimbaud, Ponge, Cabral, Ana Cristina César e alguns
poetas brasileiros contemporâneos. Maio: 4 dias letivos (
4, 11, 18 e 25) – 16 h/a
Obras literárias
de referência: PÁVITCH, Milorad. O dicionário
Kazar- romance-enciclopédia em 100.000 palavras. (partes selecionadas) COETZEE, J.M. A vida
dos animais., p. 17-59. RUFFATO, Luiz. Eles
eram muitos cavalos. VILA-MATAS, Enrique. Bartleby
e companhia. Textos crítico-teóricos: PEREC, Georges. Pensar/classificar. CALVINO, Ítalo. A multiplicidade. Seis propostas para o
próximo milênio, p. 117-138. BAKHTIN,
Mikhail. Epos e romance. Questões de literatura e de estética, p. 397-428. ADORNO, T.W. O ensaio como forma, p. 167-187. HUTCHEON, L.
Decentering the postmodern: the ex-centric. A poetics of postmodernism,
p. 57-73. WAUGH, P. Fictionality and context: from
role-playing to language games. Metafiction, p. 115-149. Junho: 4 dias letivos (1,
8, 22 e 29) – 16 h/a
Obras literárias de referência: JOYCE, James. Finnegans wake. Trad. Donaldo Schüler. (fragmentos) BARTHES, Roland. Roland Barthes por Roland Barthes. (fragmentos) CAMPOS, Haroldo de. Galáxias. (fragmentos) PAZ, Octavio. O mono gramático
(fragmentos) CARSON, Anne.
The beauty of the husband – a
fictional essay in 29 tangos. (fragmentos) BUENO, Wilson. Mar Paraguayo (fragmentos) Textos crítico-teóricos: AGAMBEN,
Giorgio. Idea
of Prose. PERLOFF, Marjorie.
Barthes, Ashbery, and the Zero Degree of Genre. Poetic license, p.
267-284. PERLOFF, Marjorie.
Concrete prose: Haroldo de Campos’ Galáxias and After. http://epc.buffalo.edu/authors/perloff/perloff_decampos.html , 2000. BARRENTO, João. Palimpsestos do tempo. A palavra transversal. p. 69-78. MACIEL, Maria Esther. Travessias de gênero na
poesia contemporânea. Poesia Sempre, p. Textos selecionados de
alguns escritores brasileiros contemporâneos: Armando Freitas Filho, Luci
Collin, Sérgio Medeiros, Claudio Daniel, Sebastião Nunes, Wilson Bueno, Fabricio Carpinejar. Julho: 1 dia letivo (6)
– 4 h/a Considerações finais / encerramento do
curso. V. BIBLIOGRAFIA
ADORNO, T.W. O ensaio como forma. São Paulo Ática, 1986,
p. 167-187. AGAMBEN, Giorgio. Idea of Prose State University of New York Press, 1995. ARISTÓTELES, HORÁCIO, LONGINO. A poética clássica. 2. ed. São Paulo:
Cultrix, 1985. BAKHTIN, Mikhail. Questões de literatura e estética: a teoria do romance. São
Paulo: Hucitec/UNESP, 1993. BARBOSA, João Alexandre. Um cosmonauta do
significante: navegar é preciso. As ilusões da modernidade. São Paulo:
Perspectiva, 1986. BARRENTO, João. A espiral vertiginosa – ensaios
sobre a cultura contemporânea. Lisboa: Cotovia, 2001. BARTHES, R. Roland Barthes por Roland Barthes. Trad. Leyla Perrone-Moisés,
1977. BAUDELAIRE, Charles. A Arsène Houssaye. Pequenos
poemas em prosa. Trad. Aurélio Buarque de Holanda. Rio de Janeiro: Nova
Fronteira, 1980. BENJAMIN, Walter. Rua de mão única – obras escolhidas
II. Trad. Rubens Rodrigues Torres
Filho. São Paulo: Brasiliense, 1987. BLANCHOT, Maurice. O espaço literário. Trad. Álvaro Cabral, Rio de Janeiro: Rocco,
1987. BORGES, Jorge
Luis. Esse ofício do verso. SP:
Cia. das Letras, 2000. BORGES, Jorge
Luis. Obras completas (4 volumes). Rio de Janeiro: Globo, 1999. BRUNETIÈRE, Ferdinand. L'Evolution des genres dans l'histoire
de la littérature. Paris, 1890. BUENO, Wilson. Jardim
Zoológico. São Paulo: Iluminuras, 1999. BUENO, Wilson. Manual de
zoofilia. Ponta Grossa: UEPG, 1997. BUENO, Wilson. Mar Paraguayo. Buenos Aires: Tsé-Tsé,
2005. CALVINO, Italo. Por que ler os clássicos. Trad. Nilson
Moulin. São Paulo: Companhia das Letras, 1993. CALVINO, Italo. Seis propostas para o próximo milênio.
Trad. Ivo Barroso. São Paulo: Companhia das Letras, 1990. CAMPOS,
Haroldo de. Galáxias. Sao Paulo: Editora ex Libris, 1984. CAMPOS, Haroldo. A ruptura dos gêneros na literatura latino-americana. São Paulo:
Perspectiva, 1977. CARSON, Anne. The beauty of the husband – a
fictional essay in 29 tangos. New
York: Vintage, 2001. CÉSAR, Ana Cristina. A teus pés. São
Paulo: Brasiliense, 1987. COETZEE, J.M. A vida
dos animais. Trad. José Rubens Siqueira. São Paulo: Cia. Das Letras,
2002. (partes selecionadas) COHEN,
Ralph. Do exist the postmodern genres? In: PERLOFF, Marjorie
Postmodern Genres. University of Oklahoma
Press, 1989. COLLIN, Luci. Inescritos.
Curitiba: Travessa dos Editores, 2004. COMPAGNON, Antoine. O demônio da teoria:
literatura e senso comum. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 1969. CULLER, Jonathan. "Towards a
Theory of Non-Genre Literature." In Surfiction. Ed. Raymond
Federman. Chicago: Swallow, 1975, p. 255-62. DANIEL, Claudio. Romanceiro de Dona Virgo. Rio de Janeiro: Lamparina, 2004. DELEUZE, Gilles,
GUATTARI, Félix. Mil platôs; capitalismo
e esquizofrenia. Trad. Aurélio Guerra Neto, Celia Pinto Costa. Rio de
Janeiro: Ed. 34, 2004. v. 1. DERRIDA, Jacques. "The Law of
Genre." In ATTRIDGE, Derek. Acts
of Literature. New York: Routledge, 1992, p. 221-52. ECO, Umberto. Kant e o ornitorrinco.
Trad. Ana Theresa Vieira. Rio de Janeiro: Record, 1997. ECO, Umberto. Sobre a literatura. Trad.
Eliana Aguiar. São Paulo: Record, 2003. ECO, Umberto. Sobre os espelhos e outros ensaios.
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1991. FOUCAULT, Michel.
As palavras e as coisas. Trad.
Salma Tannus. São Paulo: Martins Fontes, 1987. FREITAS FILHO,
Armando.“A flor da pele”. Rio de Janeiro: s/e, set. 1978. GRUZINSKI, Serge.
Pensamento mestiço. São Paulo:
Companhia das Letras, 2001,p. 158-183. HUTCHEON, Linda. Irony’s
edge; the theory and politics of irony. London: Routledge, 1995 In: http://www.usp.br/revistausp/n1/falektexto.html Inimigo Rumor – Revista da poesia, n. 14. ( Sette
Letras/Cosac & Naify, 2003) JAKOBSON, Roman. Lingüística e
comunicação. Trad. José Paulo
Paes. São Paulo: Cultrix, 1985. JOVANOVIC,
Aleksandar. O Dicionário Kazar: as
múltiplas leitura de um texto ou a construção/desconstrução da obra
literária. In: http://www.usp.br/revistausp/n1/falektexto.html JOYCE, James. Finnegans wake. Trad. Donaldo Schüler.
São Paulo: Ateliê, 2003. LALLAS,Thanassis.
N Interview
with Milorad Pavic. Site: http://www.centerforbookculture.org/interviews/interview_pavic.html MACIEL, Maria
Esther. A memória das coisas: ensaios de literatura, cinema e artes
plásticas. Rio de
Janeiro: Lamparina, 2004. MACIEL, Maria Esther. The
unclassiafiable. In Problematizing
Global Knowledge. In: Theory,
Culture & Society, n. 23, vols.2-3, March-May 2006, pag. 27-30. . MACIEL, Maria Esther. Travessias de gênero na
poesia contemporânea. Poesia Sempre. Rio
de Janeiro, Bibliteca Nacional, n. 23., março/abril 2006. MEDEIROS, Sérgio. Mais ou menos do que dois.
São Paulo: Iluminuras, 2001. MELO NETO, João Cabral. Obra completa. Rio
de Janeiro: Nova Aguilar, 1994. NUNES, Sebastião. Decálogo da classe média. Belo Horizonte: Dubolso, 1998. NUNES, Sebastião. Elogio da punheta. Rio
de Janeiro: Lamparina, 2004. OLEZA,
Joan. Final de siglo, final de género? In: La página – no. Monográfico: Pensamiento literario y fin de siglo, vol. 20, 1994, p. 39-44. PÁVITCH, Milorad.
O dicionário Kazar-
romance-enciclopédia em 100.000 palavras. Trad. Herbert Daniel. São
Paulo: Marco Zero, 1989. Versões feminina e masculina. PAZ, Octavio. O mono gramático. Trad.
Lenora de Barros e José Simão. Rio de Janeiro: Guanabara, 1988. PAZ, Octavio. Verso e prosa. Os signos em
rotação. Trad. Sebastião Uchoa Leite. São Paulo: Perspectiva, pág.11-36. PEREC, G. A
coleção particular. São Paulo: Cosac & Naify, 2005. PEREC, Georges. A vida modo de usar. Trad. Ivo
Barroso. SP: Companhia das Letras, 1991. PEREC, Georges. Espèces D’espaces. Paris:
Galilée, 1997. PEREC, Georges. Pensar/clasificar. Trad. Carlos
Gardini. Barcelona: Gedisa, 1986. PERLOFF, Marjorie. Concrete prose: Haroldo de
Campos’ Galáxias and After. http://epc.buffalo.edu/authors/perloff/perloff_decampos.html , 2000. PERLOFF, Marjorie. Poetic license. Evanston: Northwestern, 1990. PESSOA, Fernando. Poesia e prosa. Obra em
prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1982, p. 273-274. PINO, Claudia
Amigo. A ficção da escrita. São Paulo: Ateliê, 2004. PONGE, Francis. O partido das
coisas. São Paulo: Iluminuras, 2001. RIMBAUD, Arthur. Iluminuras. Trad. Rodrigo
Garcia Lopes e Maurício Arruda Mendonça. São Paulo: Iluminuras,
1994. RITVO, Harriet. The platypus and
the mermaid; and other figments of classifying imagination.
Massachussets: Harvard University Press, 1997. ROSSET,
Clément. A anti-natureza. Trad. Getulio Puell.
Rio de Janeiro: Espaço e Tempo, 1973. RUFFATO, Luiz. Eles
eram muitos cavalos. São Paulo: Boitempo Editorial, 2001. Todorov, Tzvetan. "Les genres littéraires." In
Todorov, Introduction à la littérature fantastique. Paris: Seuil, 1976, p. 7-27. TODOROV, Tzvetan. Os gêneros do discurso. São Paulo: Martins Fontes, 1980. VALÉRY, Paul. Poesia e pensamento abstrato. Trad.
Maiza Martins de Siqueira. São Paulo: Iluminuras, 1991, p.201-218. VILA-MATAS, Enrique. Bartleby
e companhia. São Paulo: Cosacnaify, 2004. WANDELLI, Raquel. Leituras do hiprtexto – viagem ao Dicionário
Kazar (caps. 2, 3 e 4). Florianópolis: UFSC/Imprensa Oficial,
2003. WAUGH, Patricia. Metafiction. London:
Routledge, 1996. |
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