Lundum

 

Eu tenho uma Nhanhazinha

A quem tiro o meu chapéu;

É tão bela tão galante,

Parece coisa do Céu.

 

Ai céu!

Ela é minha iaiá,

O seu moleque sou eu.

 

Eu tenho uma Nhanhazinha

Que eu não a posso entender;

Depois de me ver penar,

Só então diz que me quer.

 

Ai, etc.

 

Eu tenho uma Nhanhazinha

A melhor que há nesta rua;

Não há dengue como o seu,

Nem chulice como a sua.

 

Ai, etc.

 

Eu tenho uma Nhanhazinha

Muito guapa muito rica;

O ser formosa me agrada,

O ser ingrata me pica.

 

Ai, etc.

 

Eu tenho uma Nhanhazinha
De quem sou sempre moleque;
Ela vê-me estar ardendo,
E não me abana com o leque.

 

Ai, etc.

 

Eu tenho uma Nhanhazinha

Por quem chora o coração;

E tanto chorei por ela,

Que fiquei sendo chorão.

(Viola de Lereno, v. 2, 1944, p. 27)