A paz de negro ser
 
Eu crio e solto
As pombas negras da paz
Pelos jardins sem fim
Que margeiam meus ninhos
 
Eu detenho e hasteio
As bandeiras negras da paz
Pelos confins de mim
Por meus constantes caminhos
 
Meu âmago ama com calma
Toda a minha pele
E que às outras dermes se revele
Que a alma tem a cor de Deus
 
Se minha melanina é a menina
Que melindra tanta sina
Assassinem-se esses conceitos “pré-cínicos”
Prevaleçam os ninhos e caminhos meus!
(Cadernos negros 21, p. 19).