O negro

Leva em si o estigma do açoite
Deixando passar entre o céu e a alma
Um corante rumor de revolta
Acuado entre o silêncio e o grito mudo
Entrincheirado entre a dor e a redenção
Resquícios de intenso sofrimento
Contorce seu corpo numa ginga violenta
Esquivando-se das ofensas
Dançando num manifesto proibido
Combina suavidade e força
Solta sua voz no vento
E ninguém ercebe até que queira
O que é vento
O que é voz
                   (Todas as vozes, p. 36.)

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