Grito de Amarildo

Olha o rio, Amarildo
Aqui da margem
Ele tremula como uma bandeira
De oliva
Há muito que estava seco
Esperança alguma conduzia
Olha o rio, Amarildo
As águas sobem e não trazem paz
É o rio da desigualdade
Traz gemidos e ecos na noite
Olha o rio, Amarildo
Eledeságua
No mar da intranquilidade
Naufraga a esperança
Vai no rio, Amarildo
O rio do esquecimento
Rio das densas águas
Indignação em lágrimas
Torrente de vozes arredias
           (Todas as vozes, p. 34.)

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