Espelhos de Iara

Todas as nascentes
Confluentes do meu ser
São doces águas
Enchendo minha cabaça
Sou toda cachoeira
Gingando nas pedras
Respingando no infinito...
Sou rara no universo
Liquidez dessa humana
Existência...
As águas do meu corpo
Suores, salivas, sabores...
Sou jarra de gotas cristalinas
Águas doces que brotam
Dos meus olhos d’água
Sou espelho de Iara...
       (Águas da Cabaça, p. 16).