Catedral de Marfim

Ele atropela regras de pertencimento
E toma posse dos meus feudos,
Naufraga em meus açudes rasos,
Desperta carícias clandestinas
Na corporeidade do desejo.

Decifra meus rastros arrastados no chão da Casa,
Lambe o osso exposto do meu sexo,
Rompe seus votos de castidade,
E me põe à vontade em sua Catedral de Marfim.

Ele é assim, afeito aos meus mistérios
E dono testamental dos meus dotes.

(Alforrias, p. 26)