DADOS BIOGRÁFICOS

Fernanda Bastos sempre gostou de escrever e criar. Quando criança era obcecada pela ideia de produzir roteiros, histórias e universos paralelos. Não tem escritores na família, embora sua mãe e seu avô sejam grandes leitores e escrevam muito bem. A pessoa que mais esteve ligada à produção artística em sua família foi seu avô, Sérgio Renato Machado Bastos, que criou sambas-enredo e foi diretor de carnaval de diversas escolas de samba de Porto Alegre e Região Metropolitana.

Começou a escrever poemas influenciada por uma coletânea de Fernando Pessoa – um livro que pegou emprestado da mãe e nunca mais devolveu. Na biblioteca da escola, conheceu os poetas românticos, simbolistas, modernistas e concretistas, dos quais decoraria alguns de seus versos na ânsia de aprender com eles:  Gonçalves Dias, Augusto dos Anjos, Ferreira Gullar, Carlos Drummond de Andrade, Adélia Prado, Augusto de Campos. Foi nas bibliotecas e sebos que frequentou posteriormente que conheceu autoras e autores que fariam a sua cabeça: Lima Barreto, Toni Morrison, James Baldwin, Conceição Evaristo, Lia Vieira, Miriam Alves, Maya Angelou, June Jordan, Langston Hughes.

Trabalhando como jornalista graduada desde 2009, buscou complementação no curso de Letras para intensificar seus conhecimentos sobre e literatura e linguagem. Trabalhava em redação com jornalismo político e diário, enquanto no outro turno buscava formação como professora de português e literatura. Mesmo tendo cursado Letras, considera que foi autodidata na escrita, uma vez que teve poucas aulas de produção poética e quase nenhuma disciplina que contemplasse a produção literária negra.

Em 2017, fez uma oficina de poesia com Angélica Freitas, uma de suas poetas contemporâneas preferidas, que a incentivou a publicar seus versos. No mesmo ano, fez alguns exercícios de produção poética a partir de exercícios de sala de aula nas disciplinas da professora Regina Zilberman (UFRGS). Nesse mesmo período, desenvolveu estudos sobre cartas de alforria do Arquivo Público do Rio Grande do Sul, que resultaram no conjunto de poemas "Cartas de liberdade 1831 a 1861", que foi publicado no seu livro de estreia Dessa cor.

Hoje, a menina que sonha em verso e prosa é poeta, jornalista e editora. Desde 2018, é editora-geral da Figura de Linguagem, empreendimento do qual é uma das fundadoras, juntamente com o escritor e crítico literário Luiz Maurício Azevedo. É colunista do portal Literatura RS. Foi anfitriã da FestiPoa Literária 2019, realizada em Porto Alegre, e que teve como homenageada a filósofa Sueli Carneiro.  Trabalha como repórter de Cultura na TVE, emissora pública do RS. Na emissora, integrou, de 2016 a 2018, a equipe do programa Nação, referência na abordagem da cultura afro-brasileira na mídia. Mestranda em Comunicação e Informação, integra o Núcleo de Comunicação Pública e Política da Faculdade de Comunicação e Biblioteconomia da UFRGS. Pesquisa o caso Marielle Franco como acontecimento público e a interface das teorias sobre racismo e antirracismo e feminismo negro na comunicação. Tem ministrado aulas abertas, palestras e cursos livres sobre seus estudos em arte negra e literaturas da diáspora africana, sobretudo de mulheres afro-estadunidenses e afro-brasileiras como Sueli Carneiro, Lélia Gonzalez, Toni Morrison, June Jordan e Conceição Evaristo.

No momento, prepara um segundo livro de poesia no qual pretende radicalizar alguns exercícios com a linguagem e ampliar a marca de contestação que caracteriza sua obra de estreia.


PUBLICAÇÕES

Obra Individual

Dessa cor. Porto Alegre: Figura de Linguagem, 2018. (Poesia).

Eu vou piorar. Porto Alegre: Figura de Linguagem, 2020. (Poesia).


TEXTOS

Fernanda Bastos - Ofício

Fernanda Bastos - Blues

Fernanda Bastos - Título Provisório

Fernanda Bastos - No caminho

Fernanda Bastos - Lá em riozinho

Fernanda Bastos - Lami

Fernanda Bastos - Inácia

Fernanda Bastos - Lina

Fernanda Bastos - Nouvelle vague

Fernanda Bastos - Espelho


CRÍTICA

História e memória negras em Dessa cor, de Fernanda Bastos, por Anamaria Alves Dias dos Santos


LINKS

Perfil da autora 

Entrevista com Fernanda Bastos

A religião de Toni Morrison

Resenha de Dessa cor, por Júlia Dias da Silva

Encontros de leitura, escritoras negras

Fernanda Bastos: a tradução como abertura