Chamada para Arquivo Maaravi: Revista Digital de Estudos Judaicos da UFMG
Número 36: Dossiê “Inquisição: cristãos-novos, criptojudeus e marranos no arquivo judaico”

 

 

Editores: Gerson Roani (UFV), Kenia Pereira (UFU), Lyslei Nascimento (UFMG)

Marcado pela ambiguidade, se equilibrando entre a identidade judaica e a cristã, o marrano permanecerá, de acordo com Ricardo Forster, em A ficção marrana: uma antecipação das estéticas pósmodernas (2006), como uma sombra ameaçadora, um pária que deveria ser amputado da sociedade, porque ele é um habitante das margens e leva a marca indelével da cisão. Por 300 anos, a Inquisição assombrou, com violência, tanto o império quanto suas colônias. Vários grupos, que poderiam ameaçar os preceitos católicos, foram perseguidos, presos, torturados e, muitas vezes, queimados em praças públicas. Mas se Santo Ofício foi ao encalço daqueles que foram considerados hereges, como bruxas, sodomitas, bígamos, luteranos, mouriscos, eram os criptojudeus a obsessão maior dos inquisidores. Milhares de marranos foram punidos ora com a excomunhão, ora com o uso do sambenito, ora com o exílio. Nos deploráveis cárceres do Santo Ofício ou nas crepitantes fogueiras, muitos perderam a vida. A Igreja também censurou e perseguiu autores e poetas que criticavam ou denunciavam seus excessos. Dentre as inúmeras vítimas desse tribunal, estão Bento Teixeira, Antônio Vieira, Antônio Serrão de Castro, Antônio José da Silva. Na contemporaneidade, escritores judeus e não judeus lançaram luz nesse período sombrio, como Moacyr Scliar, Dias Gomes, Bernardo Santareno, Richard Zimler, Marcos Aguinis, dentre outros. Se para Anita Novinsky, os cristãos-novos com suas contradições, sofrimentos e heresias abriram espaço para o Iluminismo, para Forster, são os embates com o sincretismo religioso e a fragmentação da identidade dos marranos que anteciparam as estéticas pósmodernas.

Diante dessas reflexões, percebe-se o leque multidisciplinar deste dossiê, uma vez que, artigos que enfoquem o tema da Inquisição e dos cristãos-novos, além de problematizar uma cicatriz da cultura judaica, abrem espaços para diálogos com a literatura, a história, a antropologia, o cinema e o teatro. A edição receberá, ainda, resenhas, contos, poemas, traduções, crônicas e outros trabalhos artísticos de tema livre, como fotografias e charges.


Data-limite para recebimento de trabalhos: 30/04/2025
Publicação: maio de 2025

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