PALETRA DE ABERTURA
PALESTRANTE: Prof. DR. Anderson Almeida Silva (UFFDPar)
CURRÍCULO: Professor da UFDPar. Mestre (2013) em Letras pela UFPI e doutor (2019) em Linguística pela UNICAMP, com estágio na Universitat Pompeu Fabra. Seus tópicos de interesse incluem: libras; línguas de sinais emergentes; aquisição de linguagem; escrita da língua de sinais; tradução-interpretação de línguas de sinais; relação gesto x gramática; gramática de línguas de sinais com foco na interface sintaxe-semântica.
RESUMO: Este trabalho tem como objetivo analisar a forma dos itens de apontação em libras e propor uma categorização morfológica. Proponho que a categorização dos itens de apontação não se dá a partir do contexto de produção somente, mas que os sinais já comportam diferenças fonológicas e sintáticas decorrentes do processo de gramaticalização. A partir da coleta e análise de dados de diferentes tipos e origens, identifiquei uma distinção fonológica entre a apontação demonstrativa não gramaticalizada, a apontação adverbial e as apontações laterais. Já as apontações laterais só se distinguem categoricamente pela sintaxe. Quando não acompanham um nome e estão sozinhas em posição argumental, são interpretadas como apontações pronominais, mas se acompanham um nome em posição argumental, a depender da ordem, pré ou pós-nominal, podem ser categorizadas, respectivamente, como artigos definidos e demonstrativos gramaticalizados.
PALESTRA DE ENCERRAMENTO
PALESTRANTE: Andrea Mattos (UFMG)
CURRÍCULO: Professora associada da UFMG. Mestre (2000) em Estudos Linguísticos pela mesma instituição e doutora (2011) em Estudos Linguísticos e Literários em Inglês pela USP. Tem experiência na área de Linguística Aplicada, atuando principalmente nos seguintes temas: linguística aplicada, ensino de língua inglesa, desenvolvimento do professor de língua estrangeira, pesquisa em sala de aula, pesquisa narrativa, reflexão crítica e novos letramentos.
RESUMO: A Linguística Aplicada (LA) é uma área por natureza inter/transdisciplinary, não apenas ao buscar teorias externas à área para embasar suas pesquisas, como também ao produzir teorias e metodologias que iluminam novas pesquisas dentro e fora da área. Num trabalho conjunto que começou a partir de 2018, Mattos e Caetano (2018) trouxeram para a LA e, mais especiaficamente, para o campo da formação de professores de línguas, o conceito de pós-memória.
O termo foi cunhado por Marianne Hirsch (1997), para quem pós-memória se refere à “experiência daqueles que crescem e vivem dominados pelas narrativas que precederam o seu nascimento” (p. 22). A autora discute o conceito em relação às memórias do holocausto. No contexto brasileiro, o conceito pode proporcionar discussões sobre a Ditadura Militar e, por meio da perspectiva da Educação Crítica, pode contribuir para a formação de cidadãos que atuem para a promoção da democracia e da justiça social. Vivemos em tempos sombrios (Giroux, 2005) e, por isso, o cidadão é chamado a participar de sua sociedade de forma mais contundente.
A Linguística Aplicada Crítica, incluindo a Educação Crítica em Línguas Estrangeiras, tem seu papel a cumprir na promoção de uma educação para a cidadania, com vistas à justiça social. Assim, focalizaremos, aqui, o legado sócio-histórico brasileiro na educação ao problematizar o impacto da ditadura militar na prática pedagógica dos atuais professores de inglês no Brasil, discutindo o conceito de pós-memória e suas potencialidades para a promoção da justiça social, cidadania participativa e democracia, dentro de um contexto de formação de professores de inglês em intersecção transdisciplinar com outras áreas do conhecimento, como a história, a arte, a arquitetura, a música, o cinema, a literatura e as mídias digitais, abordando as influências históricas, sociais e culturais na formação de professores no Brasil e problematizando as potencialidades da pós-memória para trazer mais uma perspectiva transdisciplinar para a pesquisa e atuação na LA Crítica.
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