Desenvolvimento
Tomamos por princípio que, em Guimarães Rosa, “geografia e a ficção se misturam...” (BEZERRA, Marily da Cunha; DIETER, Heidermann, 2006, p. 6) 8 ; e, se assim é, então o tradutor das narrativas do sertão deve ter, antes de tudo, acesso a este locus que chamamos de sertão rosiano; aliás, o próprio Rosa afirma: Devo explicar-me. De inicio, o amor da Geografia me veio pelos caminhos da poesia – da imensa emoção poética que sobe da nossa terra e das suas belezas: dos campos, das matas, dos rios, das montanhas; capões e chapadões, alturas e planuras, ipueiras e capoeiras, caatingas e restingas, montes e horizontes; do grande corpo, eterno, do Brasil. Tinha que procurar a Geografia, pois. 9 A estratégia investigativa, portanto, é levar tradutores e pesquisadores para se aproximarem da realidade da cidade de Cordisburgo, a fim de que se produzam traduções cada vez mais acuradas e aperfeiçoadas, traduções que contemplem as muitas facetas da obra; ou seja, queremos efetivar um evento que possibilite trazer a ação tradutória do mundo exterior para o sertão interior e aprimorar a difusão do sertão no mundo. Além disso, em Minas Gerais; sou mineiro. E isto sim é o importante, pois quando escrevo sempre me sinto transportado para esse mundo: Cordisburgo. 10 Sem dúvida este sertão rosiano não se limita a Cordisburgo, porém, a cidade, com seu patrimônio imaterial, é o âmago de um coração escritor. O burgo do coração é um “ecoliterosistema” que se espraia no fundo da terra e que se formou a partir das minas d’água, minas de ferro e ouro e pedras preciosas das artes das minas gerais de todo o mundo.
8 BEZERRA, Marily da Cunha; DIETER, Heidermann. “Viajar pelo sertão roseano é antes de tudo uma descoberta!”, in: Estudos Avançados 20 (58), p. 6, 2006. |