Newsletter 28 – Outubro/Novembro/Dezembro de 2017

A última edição de 2017 traz resenhas e apresentações de lançamentos de relevo no panorama afro-literário do segundo semestre e, quiçá, do ano inteiro. Conceição Evaristo tem revelados os bastidores do diálogo com suas parceiras através das Cartas negras, até então inéditas; o decano Oswaldo de Camargo comparece com Luz & breu, sua mais recente coletânea poética; Cristiane Sobral comprova a maturidade de sua poesia no volume Terra preta, onde o lirismo mais tocante dialoga com os cantos de resistência que caracterizam seus escritos; Regina Dalcastagnè e Laeticia Jensen Eble apresentam o volume crítico Literatura e exclusão, densa coletânea de estudos sobre as margens na literatura brasileira contemporânea. E Eliane Debus nos traz A temática da cultura africana e afro-brasileira na literatura para crianças e jovens, precioso trabalho crítico voltado para a educação literária.

 

Conceição Evaristo

Publicadas num belo volume distribuído aos visitantes da “Ocupação Conceição Evaristo”, realizada pelo Itaú Cultural no primeiro semestre, as Cartas negras resultam de uma iniciativa de Conceição Evaristo nos anos 1990, momento em que a presença feminina ganha força na literatura afro-brasileira. Projeto de reflexão sobre a escrita – e a vivência – de mulheres negras que, cada vez mais, se propunham a “tomar a palavra”; e projeto agora retomado com a presença das “vozes-mulheres” do século XXI. O volume traz ainda um encarte com trechos do diário de Joana Evaristo, mãe da autora, e recebe as considerações dos críticos Gustavo Tanus e Thamyris Rodrigues.

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Oswaldo de Camargo

Oswaldo de Camargo é presença de relevo na literatura afro-brasileira desde meados do século passado, quando estreia ainda jovem na cena literária da Pauliceia. O autor dá mostras do vigor de sua poesia com seu mais recente trabalho, Luz & breu, bela coletânea de escritos do passado e do presente, que recebe as considerações do crítico e também poeta Edimilson de Almeida Pereira.

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Cristiane Sobral

Poeta, dramaturga e atriz, Cristiane Sobral tem seu nome reconhecido pela crítica e pelos leitores das diversas edições de seus livros anteriores, a exemplo do já consagrado Não vou mais lavar os pratos. A autora retoma seu estilo marcado pelo lirismo em muitos momentos contundente, mas sem perder a ternura, nos poemas do novo livro – Terra preta –, que motiva as considerações do crítico Luiz Henrique Silva de Oliveira.

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Regina Dalcastagnè / Laeticia Jensen Eble

O trabalho do Grupo de Estudos em Literatura Brasileira Contemporânea, da Universidade de Brasília, tem seus méritos e contribuições críticas reconhecidos em toda a comunidade acadêmica do país, e não apenas em função do periódico que hoje é referência para os estudos da área. Para além dos inúmeros livros, artigos, teses e dissertações que vem produzindo, o grupo traz a público a coletânea de ensaios Literatura e exclusão, organizada por Regina Dalcastagnè e Laeticia Jensen Eble, trabalho imprescindível para se repensar a história da literatura brasileira.

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Eliane Debus

Incansável educadora e pesquisadora voltada para a literatura infantil e infantojuvenil afro-brasileira, Eliane Debus apresenta em seu novo livro – A temática da cultura africana e afro-brasileira na literatura para crianças e jovens – leituras preciosas de quatro autores negros dedicados a esta vertente de nossas letras: Joel Rufino dos Santos, Júlio Emílio Braz, Rogério Andrade Barbosa e Georgina Martins. O livro é parte do esforço em capacitar nosso sistema de ensino para a correta aplicação da Lei 10.639 e recebe as reflexões do pesquisador e crítico Paulo Vinicius Baptista da Silva.

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LIVROS E LIVROS

Ficção

Elisa Pereira - Sem fantasia
Quando tristeza e medo perduram por longo tempo, tal estado é melancólico(HIPPOCRATES, 1995)   A escrita de Elisa Pereira é arrebatante e em sua estreia na literatura brinda a seus leitores com uma poesia que deixa marcas na pele, na alma e na consciência. A escritora embrenha-se na narrativa em sua mais recente publicação, o livro Sem fantasia. Este traz Histórias necessárias e urgentes que são convertidas em estórias. Por meio de uma escrita apurada e impactante, ...

Poesia

Ana Rita Santiago, Claudia Santos, Mel Adún (Org.) Quilombellas amefricanas, vol. 2
nada acalmanada alma,nada.calma.não há reza que cesse essa aflição.Não há há? Mel Adún 2021   O segundo volume da coletânea Quilombellas amefricanas abre-se, como o primeiro, com epígrafes de bell hooks e Lélia Gonzalez e retoma o texto “as organizadoras”, de autoria de Ana Rita Santiago, Cláudia Santos e Mel Adún, com nomes e sobrenomes escritos com inicial minúscula1 como também se faz no volume 1. Também se mantém, neste volume, o texto “apresentação”, de autoria de Silvia Regina de Lima Silva e Iya Bunmy. São, no entanto, ...

Ensaio

Ronald Augusto - O leitor desobediente
“O compósito verbal transnegressão, cunhado por ele [Arnaldo Xavier], tenta dar conta – através da justaposição dos vocábulos (transgressão + negro), ao estilo de montagem cinematográfica – de uma proposta estética interessada em lesar tanto as ideias feitas que orientam nossas filosofias de vida, quanto a imagem de um cânone totalizante, “universal”, vantajoso (para quem?), a ponto de poder ser aplicado em qualquer tempo-espaço” (AUGUSTO, Ronald, p. 119). Esse fragmento, extraído do ensaio ...

Infantojuvenil

Nilma Lino Gomes - Olhares sobre Betina
Uma das ponderações mais relevantes do discurso feminista diz respeito ao que propõe Virginia Woolf em Um teto todo seu. A autora vai tecendo, frase a frase, um modo de expor à mulher, e a quem mais possa interessar, sobre a importância e a força da palavra escrita: “Não há marcas na parede para determinar a altura precisa das mulheres”. (WOOLF, 2014, p. 123). Plataforma ou simplesmente slogan político, a frase encerra uma certeza que resistiu ao passar dos séculos: o poder da mulher. Embora ao precisar essa e outras reflexões Woolf tenha se di...

Memória

Carolina Maria de Jesus - Casa de alvenaria, vol. 1 e 2Carolina de Jesus na Casa de alvenaria       Aline Alves Arruda¹         Como é horrível viver em São Paulo parece que eles não admite que uma favelada tenha conseguido uma casinha eu sou uma amostra queDeus apresenta a humanidade, comprovando que a humanidade, é egoísta. Carolina Maria de Jesus 08 de fevereiro de 1961               Após um longo tempo esquecida, desde que Carolina Maria de Jesus voltou a ser lembrada, lida e mais estudada (o que acredito tenha acontecido, principalmente, depois do seu centenário em 2014), ela é marcada apenas pelo seu “best seller” Quarto de despejo, publ...

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