Ano atípico, para dizer o mínimo, 2020 chega ao fim marcado por dois acontecimentos que vão entrar para a História: a pandemia e o despertar antirracista impulsionado mundo afora pela campanha “Vidas negras importam”. No entanto, um terceiro fenômeno nos chama a atenção – a vigorosa produção literária afro-brasileira. São tantos os livros – novos ou reedições – que nossa newsletter teve que dobrar de tamanho e publicar dez resenhas, ao contrário da média histórica de cinco lançamentos apresentados. Eis a lista: Luiz Gama, Ruth Guimarães, Oswaldo de Camargo, Geni Guimarães, Paulo Colina, Miriam Alves, Mário Medeiros, Elizandra Souza, Ronald Augusto e Éle Semog. Todos recebem apresentações comentadas por pesquisadores e especialistas. Apesar disso, vários estão ausentes... e você que nos lê deve lembrar: Edimilson de Almeida Pereira (com dois romances!); Cuti (com um livro de poemas, outro de contos!); Fausto Antônio, Abelardo Rodrigues, e outros mais, que estarão conosco no número 42, programado para março. Boas “férias” e, mais do que nunca, boas leituras!

 

Luiz Gama

 

Nascido há exatos 190 anos, Luiz Gama – poeta, jornalista, militante abolicionista e rábula empenhado em ser o “Advogado dos escravos” –, tornou-se mais conhecido por seus versos satíricos, em que fustigava a elite escravocrata. Até que, nas últimas décadas, a pesquisadora Ligia Ferreira começasse a revelar seus escritos ainda desconhecidos para o leitor de agora. Fruto de minuciosa pesquisa em arquivos da época, em Lições de resistência, a autora nos apresenta inúmeros artigos vítimas do esquecimento e inéditos na contemporaneidade. O precioso achado recebe as considerações do pesquisador Gustavo Bicalho.

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Ruth Guimarães

No momento em que se comemora seu centenário de nascimento, a autora paulista tem revelado ao público o precioso volume Contos negros, até então inédito, e resultado de paciente garimpo junto à memória da oralidade “afro-caipira”, conforme classifica seu resenhador, o escritor e crítico Oswaldo de Camargo. Nosso informativo reproduz matéria de autoria de Camargo publicada na revista Quatro, cinco, um.

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Oswaldo de Camargo

Ficcionista, poeta e crítico, autor, entre outros, de O negro escrito, estudo fundamental a ganhar brevemente nova edição, Oswaldo de Camargo presenteia seus leitores com Negro disfarce, “noveleta” construída na quarentena e que trata da questão racial a partir de uma reflexão sobre identidade e hegemonia branco-centrada. A instigante narrativa motiva as considerações da pesquisadora Thiara Vasconcelos De Filippo.

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Geni Guimarães

Ganhadora do Prêmio Jabuti e autora de obras fundamentais no âmbito da literatura afro-brasileira, a paulista Geni Guimarães retoma sua veia poética no volume Poemas do regresso após longo período dedicada à ficção infantil e juvenil. O livro encanta pela força do lirismo que brota em meio às inserções pelo cotidiano da condição feminina e negra-brasileira e é objeto das reflexões do escritor e crítico Vagner Amaro.

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Paulo Colina

Nome histórico da geração 80, com relevantes contribuições para a produção afro-brasileira posterior – tais como Plano de voo, A noite não pede licença e Todo o fogo da luta, livros fundamentais para poesia negra brasileira contemporânea –, Paulo Colina tem finalmente sua obra reeditada. Poesia reunida resgata o autor do memoricídio e o traz de volta ao lugar de referência construído por seus escritos. O livro instiga as reflexões do pesquisador e crítico Ricardo Riso.

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Miriam Alves

Juntar pedaços, novo livro de contos de Miriam Alves, aborda temas tocantes e ainda polêmicos, como de resto sempre acontece em suas narrativas cheias de questionamentos e provocações, marcadas por uma visão do mundo e da vida  identificada ao olhar feminino. Os contos recebem as considerações da pesquisadora Assunção de Maria Souza e Silva.

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Mário Medeiros

Livro marcado por uma perspectiva contemporânea em seu projeto construtivo, Gosto de amora, finalista do Prêmio Jabuti 2020, traz em seus contos a marca identitária que caracteriza as preocupações de Mário Medeiros, professor e ensaísta conhecido por seu trabalho no campo da literatura negra e periférica. O volume ostenta boa recepção tanto de crítica quanto de público e motiva as considerações da pesquisadora Aline Arruda.

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Elizandra Souza

Filha do fogo, doze contos de amor e cura assinala a estreia da autora no campo da short story, que historicamente vem predominando na preferência de leitoras/leitores dos quatro cantos do planeta. Elizandra Souza tem participação destacada em diversas antologias pela via de sua produção poética e figura também como atuante agitadora cultural no universo das novas gerações paulistanas. Nesta edição, reproduzimos o prefácio assinado pela pesquisadora Mirian Cristina dos Santos.

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Ronald Augusto

Outro nome de relevo na produção afro-brasileira contemporânea, autor de obras poéticas marcantes, Ronald Augusto põe em prática sua condição de poeta moderno – logo, também crítico –, nesta coletânea de ensaios voltada para o fazer literário. Atuante também na mídia, o autor nos apresenta reflexões enunciadas nos últimos anos e agora reunidas em O leitor desobediente, objeto da resenha da pesquisadora Giovanna Soalheiro Pinheiro.

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Éle Semog

Nome sempre presente na cena cultural carioca das últimas décadas, poeta, crítico e biógrafo de Abdias Nascimento, Éle Semog presenteia seus leitores com A galinha garnisé e outros Eusébios de Queirós: racismo na sociabilidade brasileira, coletânea de escritos de crítica literária ao lado de contribuições de valor para a compreensão de dramas sociais contemporâneos, tal como indicado no subtítulo. literafro novidades reproduz o prefácio assinado pelo professor e pesquisador Ahyas Siss.

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