DADOS BIOGRÁFICOS

Poeta, professor e agitador cultural, Nelson Gonçalves, pseudônimo Nelson Maca, nasceu em 01 de setembro de 1965, na cidade de Telêmaco Borba, Paraná. Filho de um operário e de uma camponesa e quitandeira, começou a trabalhar desde criança, vendendo os quitutes da mãe. Teve uma infância humilde, porém muito sadia; estudou regularmente em escolas públicas desde os sete anos de idade. Mudou-se para Curitiba aos treze anos onde iniciou um curso técnico no CEFET/PR. Sua adolescência foi marcada pelos diálogos políticos com a irmã mais velha, e por leituras afinadas com o movimento negro e com as narrativas de resistência, como a de Zumbi dos Palmares. Participou de inúmeras discussões sobre raça, gênero e classe social, conhecendo muitos intelectuais que lhe apresentaram importantes autores críticos. Ao concluir o Ensino Médio, inicia a elaboração dos primeiros versos. Inclinado cada vez mais para a literatura e as artes, desiste da carreira tecnológica e ingressa no curso de Letras da UFPR, passando a exercer a sua militância pela causa negra.

Na adolescência, depara-se com duas questões que definirão o seu futuro: “as raspas e restos evasivos da contracultura e a escuridão esclarecedora do movimento negro”. Envolve-se com a arte e literatura divergentes e engajadas, com a cultura Black e Hip Hop, através da televisão, dos bailes, do cinema. Ainda estudante, conheceu Salvador e seu entusiasmo pela cidade o fez deixar o Paraná, transferindo-se para o curso de Letras da UFBA, em 1989. Na capital baiana, se aproxima de intelectuais que o estimulam a adentrar nas reflexões sobre o racismo e formas de resistência – uma delas o pensador e ativista cubano radicado no Brasil, Carlos Moore. Começa a escrever literatura e se engaja em movimentos sociais. Mais tarde percebe que todo esse engajamento converge para as expressões e ações da Negritude.

Na UFBA, conclui a sua licenciatura e bacharelado em Letras e se especializa em literatura. Na mesma instituição, faz o curso de mestrado e, em 1996, torna-se professor de literatura brasileira na Universidade Católica de Salvador, onde iniciou um trabalho influenciado por artistas que vão desde rappers, como Mano Brown e Thaíde, até escritores, como Lima Barreto e Richard Wright. Da filosofia, bebe na fonte do existencialismo de Jean-Paul Sartre e do pós-colonialismo de Frantz Fanon. Mas a sua paixão mesmo é o ativismo social. Criou o Coletivo Blackitude: Vozes Negras da Bahia, que reúne poetas, artistas e ativistas do Hip Hop, além de desenvolver outros tipos de trabalhos poéticos. Em 2012, tornou-se membro do Conselho Estadual de Cultura da Bahia, como porta voz da juventude e das periferias. Nesse mesmo ano, lança sua “Manifestação da Literatura Divergente ou Manifesto Encruzilhador de Caminhos”, no qual defende a superação dos velhos conceitos de arte pela arte ou de arte autônoma, que marcaram a produção artística da modernidade, ao mesmo tempo em que ressalta a diversidade contemporânea, empenhada em articular vozes e falas questionadoras do status quo, em produções marcadas por apelos identitários e sociais. Em 2015, publica seu primeiro livro de poemas, Gramática da Ira.

 


PUBLICAÇÕES

Gramática da ira. Salvador: Blacktude, 2015. (poesia)

 


TEXTOS

 


CRÍTICA

 


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