DADOS BIOGRÁFICOS

Fernando Conceição nasceu em Salvador, a 8 de agosto de 1958. Graduou-se em Comunicação e Jornalismo pela UFBA. Concluiu Mestrado e Doutorado pela USP, na área de Comunicação Social. Nesta Universidade, foi um dos fundadores e coordenador do Núcleo de Consciência Negra, na década de 90. Nesse mesmo período, foi o articulador nacional do MPR – Movimento pelas Reparações dos Afro-descendentes (1993-1996), e também coordenador do Comitê Pró-Cotas para Negros na USP (1995-1996), tendo sido por isso preso, processado e ameaçado de expulsão pela administração central desta Universidade. Atualmente, é professor do Curso de Comunicação Social da UFBA, onde coordena o Etnomidia – Grupo de Estudos em Mídia e Etnicidades. Além disso, é editor do Jornal alternativo A Província, fundado em 1986.

Fernando Conceição é participante ativo das discussões em torno das questões raciais. Em 1995, propôs o pagamento da indenização de US$ 102 mil para cada afro-descendente como forma de reparação social, fato que causou polêmica nos meios intelectuais e acadêmicos. Ao participar do Seminário Internacional Mídia e Etnia, realizado em 2004, Fernando Conceição pontuou que as conquistas dos afro-brasileiros nos campos social, político e étnico, só acontecem através da militância e da pressão social. O autor afirma ainda que a pressão se faz necessária porque a elite deseja desqualificar as discussões em torno da questão racial, alegando que no Brasil não há discriminação. Lembra também que as ações afirmativas só deram certo nos Estados Unidos devido ao sentimento de culpa das elites frente aos negros. Já no nosso país esse sentimento não existe, pois aqui ainda impera a idéia de que somos um país cordial.

Seu interesse pela literatura iniciou-se muito cedo: aos sete anos, recebeu uma edição antiga de Espumas Flutuantes, de Castro Alves. Nessa época, passa a declamar os poemas nas reuniões familiares, iniciando, assim, seu amor pelas letras. Na década de 70, participou ativamente como organizador e líder do movimento que lutava contra a retirada de uma comunidade pobre da região denominada Calabar, subúrbio de Salvador. Do contato do jornalista com esse movimento de cunho social, originaram-se dois livros Cala a boca Calabar (1984) e Negritude favelada (1988), ambos esgotados. Em 1997, publica o livro de poesias, Amar faz bem mais dói.

Em 2005, o jornalista reuniu seus artigos publicados em vários periódicos nacionais e lançou o livro Como fazer amor com um negro sem se cansar. Em um dos textos, afirma que a imagem do negro retratada pela mídia está calcada em três “ls”: lúgubre, lúdico, luxurioso. Segundo ele, “lúgubre”, refere-se às imagens da abordagem policial retratadas pela mídia; “lúdico”, ao estereótipo do negro alegre, retratado nas festas nacionais, como o carnaval; já luxurioso relaciona-se à estereotipia do(a) negro(a) sensual. Os ensaios reunidos neste livro servirão como subsídios para alimentar os debates em torno das relações raciais existentes no Brasil, contribuindo também para a amenização da imagem estereotipada do afro-descendente, veiculada pela mídia televisiva e impressa.

Nesse mesmo ano, o autor lançou também Mídia e etnicidades no Brasil e nos Estados Unidos, fruto de sua tese de Doutorado. Neste livro, o autor realiza uma interessante análise comparativa do processo de produção jornalística, sob a perspectiva das relações raciais, no Brasil e nos Estados Unidos.

Referências

http://www.portalafro.com.br/noticias2004/sime/internet/mesa3.htm

http://www.republicadolivro.com.br/detalhe.php?code=&cd_livro=70444

http://www.brasildefato.com.br/africa/138encontro%20discute.php

http://www.livropronto.com.br/autor/aut_fernandoconceicao.asp

http://www.livropronto.com.br/livro/liv_midia_Etnicidades.asp

 


PUBLICAÇÕES

 


TEXTOS

 


CRÍTICA

 


FONTES DE CONSULTA

SOUZA, Florentina da Silva. Fernando Conceição. In DUARTE, Eduardo de Assis (Org.) Literatura e afrodescendência no Brasil: antologia crítica. Vol. 3,Contemporaneidade. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2011.


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