DADOS BIOGRÁFICOS

Ensaísta, crítico literário, poeta, ficcionista, promotor cultural, consultor editorial, administrador educacional e professor, Domício Proença Filho, nasceu no Rio de Janeiro em 25 de janeiro de 1936. Realizou seus primeiros estudos na escola pública Joaquim Manuel de Macedo, na ilha de Paquetá, local onde passou a infância e a juventude. Cursou o ginasial e o clássico no Colégio Pedro II – Internato. Bacharel e Licenciado em Letras Neolatinas pela antiga Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil. É Doutor em Letras e Livre-Docente em Literatura Brasileira pela Universidade Federal de Santa Catarina. É Titular e Professor Emérito de Literatura Brasileira da Universidade Federal Fluminense. Foi professor de diversas escolas e faculdades no Rio de Janeiro. Profissional dinâmico, também atuou na Universidade de Colônia e no Instituto de Filologia Românica da Escola Técnica de Altos Estudos em Aschen.

Como promotor cultural, criou o Projeto “Bienal Nestlé de Literatura Brasileira” e dezenas de projetos culturais desenvolvidos pelo Departamento de Cultura da Secretaria de Educação e Cultura da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro. Na área da comunicação de massa, idealizou e produziu, para o Serviço de Radiodifusão Educativa do MEC, as séries “Nos caminhos da comunicação” e “Os romances de Érico Veríssimo”. Tem atuado também como pesquisador, consultor editorial e na comunicação empresarial.

Como ensaísta e crítico literário, publicou inúmeros títulos, sendo alguns paradidáticos e a maioria dedicada ao estudo da literatura brasileira. Como poeta publicou três livros, o primeiro deles em 1979, O cerco agreste, com textos centrados na dimensão existencial. Seu segundo livro de poesia, Dionísio esfacelado, de 1984, trata da presença do negro na formação do Brasil. Segundo Zilá Bernd (1988), neste texto o autor “retoma o motivo condutor de Palmares e amplia as fronteiras da epopeia, fazendo-a remontar à ancestralidade africana dos quilombolas, nomeando-a para convocá-la à existência”. Já Oratório dos Inconfidentes, de 1989, livro comemorativo do bicentenário da Conjuração Mineira, com ilustrações inéditas de Portinari, volta-se para a história pátria a fim de transformá-la em poesia. Vários de seus poemas presentes nestas obras foram traduzidos para o italiano e estão presentes na antologia Poeti Brasiliani Contemporanei, organizada por Silvio Castro.

No campo da ficção, lançou, em 1991, Breves estórias de Vera Cruz das Almas, que recebeu o primeiro lugar no Concurso Literário da Secretaria de Cultura e da Fundação do Distrito Federal. De acordo com Letícia Malard (1991), este livro “traz para o jogo intertextual as Memórias sentimentais de João Miramar, de Oswald de Andrade, texto exemplar de poesia ficcional, traz também todos os jogos possíveis do pós-modernismo da década de 80”. Em 1995, é publicado Estórias da mitologia – O cotidiano dos deuses e, em 1998, publica seu romance Capitu – memórias póstumas, que teve sua primeira edição esgotada em oito meses. No ano de 2000, publica três livros pela editora paulista Global, Eu, Zeus, uma narrativa ficcional, Nós, as deusas do Olimpo e Os deuses, menos o pai. Em 23 de março de 2006, Domício foi eleito para ocupar a cadeira n° 28 da Academia Brasileira de Letras, na sucessão do acadêmico Oscar Dias Corrêa, e foi recebido, no dia 28 de julho de 2006, pelo acadêmico Evanildo Bechara.

 


PUBLICAÇÕES

Obra individual

O cerco agreste. Belo Horizonte: Comunicação, 1979. (Poesia).

Dionísio esfacelado. Rio de Janeiro: Achiamé, 1984. (Poesia).

Oratório dos inconfidentes. Rio de Janeiro: Leo Christiano Editoral, 1989. (Poesia).

Breves estórias de Vera Cruz das Almas. Rio de Janeiro: Fractal, 1991. (Ficção).

Estórias da mitologia – o cotidiano dos deuses. Rio de Janeiro: Leviatã, 1995. (Ficção).

Capitu: memórias póstumas. Rio de Janeiro: Artium, 1998. (Ficção).

Eu, Zeus. São Paulo: Global, 2000. (Ficção).

Nós, as deusas do Olimpo. São Paulo: Global, 2000. (Ficção).

Os deuses, menos o pai. São Paulo: Global, 2000. (Ficção).

Antologias

Poeti Brasiliani Contemporanei, 1997. Org. Sílvio Castro.

Literatura e afrodescendência no Brasil: antologia crítica. Vol. 2, Consolidação. Organização de Eduardo de Assis Duarte. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2011.

Não Ficção

Português e literatura, 1974.

Estilos de época na literatura. São Paulo: Ática: 1984. 1. Ed. 1978.

Comunicação em português. São Paulo: Ática,1979.

A linguagem literária. São Paulo: Ática, 1986.

Pós-modernismo e literatura. São Paulo: Ática, 1988.

As Faces do Verbo [Manuscrito]. Rio de Janeiro, Original Datilografado.

Estórias da mitologia 1. São Paulo: Global, 2000.

Estórias da mitologia 2. São Paulo: Global, 2000.

Estórias da mitologia 3. São Paulo: Global, 2000.

Recepção Crítica

BERND, Zilá. Introdução à literatura negra. São Paulo: Brasiliense, 1988.

MALARD, Letícia, Estado de Minas, 28-10-1991.

 


TEXTOS

 


CRÍTICA


 FONTES DE CONSULTA

BERND, Zilá. Negritude e literatura na América Latina. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1987.

BROOKSHAW, David. Raça e cor na literatura brasileira. Trad. Marta Kirst. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1983.

CASA NOVA, Vera. Domício Proença Filho. In: DUARTE, Eduardo de Assis. (Org.). Literatura e afrodescendência no Brasil: antologia crítica. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2011. Vol. 2, Consolidação.

______. Introdução à literatura negra. São Paulo: Brasiliense, 1988.

______. (Org.). Poesia negra brasileira: antologia. Porto Alegre: AGE: IEL: IGEL, 1992.

MALARD, Letícia, Estado de Minas, 28-10-1991.


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