DADOS BIOGRÁFICOS

Antônio Vieira nasceu na Bahia, em 1939. No autorretrato publicado em seu livro Cantos, encantos e desencantos d’alma (1975), afirma que “sente dentro de si a África, de onde, em tempos antanhos, vieram os seus bisavós e avós ainda pequenos, como escravos. Sente a Europa, de onde também vieram alguns dos seus ancestrais. Mas há muito pouca identificação com aquele mundo”. Viveu nos Estados Unidos, onde trabalhou como professor universitário.

Segundo George Alakija, Antônio Vieira é um “negro consciente de sua raça, que não se esgota em clamores racistas, plenos de agressividade”, cabendo em seus textos a “beleza do ébano” e a “alvura do marfim". Para ele, Vieira também se configura como um exímio observador da realidade, sendo capaz de traduzir em versos as mais simples e as mais complexas vivências humanas. Já de acordo com Robert Eliot Fox, em seu prefácio à Cantares d’África, Antônio Vieira produz em seus livros

um testemunho africano de manifestação de negritude, de seus compromissos com a causa do oprimido, do pobre, sal da terra cujas canções são raramente ouvidas em sua riqueza, exceto por aqueles que vivem entre eles. Vieira vem da terra, ele fala da terra. Ele tem viajado por mundos vários, mas sempre volta às raízes. Política, pobreza, poesia estão entrelaçadas com sambas que celebram uma consciência. O autor, ‘estrela andarilha/peregrina’, viajou para a África das Américas e se re-enraizou, reorientou-se para uma verdadeira volta ao lar. (apud VIEIRA,1980)

Referências

VIEIRA, Antônio. Cantares d’África. Rio de Janeiro: RIEX, 1980 (Ed. Bilíngue)

_______. Cantos, encantos e desencantos d’alma. Salvador: Mensageiro da Fé, 1975. (Ed. Bilíngue)

 


PUBLICAÇÕES

Obra individual

Areia, mar, poesia. Salvador: [s.n.], 1972.

Cantos, encantos e desencantos d’alma. Salvador: Mensageiro da Fé, 1975. (Ed. Bilíngüe)

Cantares d’África. Rio de Janeiro: RIEX, 1980 (Ed. Bilíngüe).

Literatura e afrodescendência no Brasil: antologia crítica. Vol. 2, Consolidação. Organização de Eduardo de Assis Duarte.Belo Horizonte: Editora UFMG, 2011.

 


TEXTOS

 


CRÍTICA

 


FONTES DE CONSULTA

BRAGA, Júlio Santana. Sociedade Protetora dos Desvalidos: uma irmandade de cor. Salvador: Ianamá, 1987.

BROOKSHAW, David. Raça e cor na literatura brasileira. Trad. Marta Kirst. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1983.

FILIPPO, Thiara Vasconcelos de. Antonio Vieira. In: DUARTE, Eduardo de Assis. (Org.). Literatura e afrodescendência no Brasil: antologia crítica. Vol. 2, Consolidação. Horizonte: Editora UFMG, 2011.

FOX, Robert Elliot. Prefácio a Cantares d’África, cit.

Jornal A Tarde. 1/08/1972: 2; 7/09/1981: 2; 17/09/1981: 10, 2º Caderno; 21/09/1981: 2.

Jornal da Bahia. 6 e 7/08/1972: 2; 12/12/1975: 2; 9/09/1981: 4, 2º Caderno; 19/09/1981: 1, 4.

Jornal Tribuna da Bahia. 3/08/1972: 10; 6/12/1975: 6; 10/12/1975: 12; 12/12/1975: 6,13; 18/02/1976: 8; 23/02/1976: 8; 16/09/1981: 3.

LOPES, Nei. Dicionário literário afro-brasileiro. Rio de Janeiro: Pallas, 2007.

NASCIMENTO, Abdias do. O Brasil na mira do pan-africanismo. 2ª edição das obras O genocídio do negro brasileiro e Sitiado em Lagos. Salvador: EDUFBA: CEAO, 2002.

OLINTO, Antonio. Brasileiros na África. 2 ed. São Paulo: GRD; [Brasília]: INL, 1980.

RAMOS, Arthur. O folclore negro do Brasil: demopsicologia e psicanálise. 2ª edição ilustrada e revista. Rio de Janeiro: Livraria-Editora da Casa do Estudante do Brasil, 1935.

SILVA, Ivomar Gitanio da. A negra cor da cultura afro-bonfinense. In: Educação na Bahia – Coletânea de textos. Salvador: Ed. da UNEB, 2001. Disponível também em http://www.promeba.uneb.br/livros/edubahia.pdf


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