Bibiana e Eleonora andavam pela praia a procura de chapéus de palha, Bernardo se encontrava sentado num veleiro, Eleonora foi apresentada, e recusou a apertar a mão de Bernardo, deixando Bibiana decepcionada, Bernardo se afastou mas antes informou que dona Catilê confeccionava chapéus lindíssimos. Bibiana falava com Eleonora: - Não devia ter feito isso, ele é inteligente, sensível, seu gesto foi muito desagradável.

Eleonora respondeu: - Sou uma mulher de fino trato, não iria apertar a mão desse negro que só tem água salgada na cabeça, tenho nojo dos negros.

Uma bofetada forte fez Eleonora soltar um grito de dor. Bibiana lhe falava em voz alta:

– Respeite essa raça, eles vão achar a solução para salvar o mundo.

– Esse gesto é por amor a raça negra, ou é apenas histerismo? – Perguntou Eleonora zombateiramente.

– Entenda como quiser, queria ter por um dia a força da mente desse povo que você tanto desvaloriza.

Respondeu Bibiana sem demonstrar o sorriso que sempre tinha nos lábios.

– Por que ficou tão ofendida? Por acaso é protetora dessa gente?

– Seria muita sorte ter o poder de proteger esse povo, gostaria de ser filha do primeiro casal de IGNUM: - Disse Bibiana olhando para “A Filha Doce”.

– Que diabos é IGNUM? – Perguntou Eleonora sorrindo.

– É melhor nada responder, seu materialismo me impede.

(A mulher de Aleduma, p. 56.)

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