Teimosa presença

Eu continuo acreditando na luta

Não abro mão do meu falar onde quero

Não me calo ao insulto de ninguém

Eu sou um ser, uma pessoa como todos

Não sou um bicho, um caso raro

ou coisa estranha

Sou a resposta, a controvérsia, a dedução

A porta aberta onde entram discussões

Sou a serpente venenosa: bote pronto

Eu sou a luta, sou a fala, o bate-pronto

Eu sou o chute na canela do safado

Eu sou um negro pelas ruas do país.

(Cadernos negros: os melhores poemas, p. 92)


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