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Faculdade de Letras da UFMG Tópicos de Teoria da Literatura - graduação Profa. Maria Ester Maciel
Borges 1º. semestre de 2006 –
sexta, de 19 às 22:30h. Título do
Curso: A poesia no cinema I. Ementa O
curso propõe investigar diferentes formas de manifestação do poético no cinema. Pretende-se discutir,
sobretudo a partir das reflexões teóricas de Octavio Paz, Maurice Blanchot e Haroldo
de Campos, diferentes conceitos de “poético”, com vistas a
mostrar como certos filmes contemporâneos (mais especificamente a partir de
1990) incorporam, a partir do diálogo com escritos poéticos de vários
autores, elementos que os aproximariam do campo da poesia. Serão tomados como
principais pontos de referência pelo menos cinco filmes contemporâneos: O livro de cabeceira, de Peter Greenaway;
Dead Man, de Jim Jarmusch, Asas do
desejo, de Wim Wenders, Nossa música, de Godard, e Amarelo Manga, de Cláudio
Assis. Outros filmes emblemáticos dessa conjunção poesia/cinema, produzidos
em períodos anteriores, como O cão andaluz, de Buñuel, Limite, de Mário
Peixoto, e A queda da casa de Usher, de Jean
Epstein, e Kwaidan,
de Masaki Kobayashi, serão também discutidos ao
longo do curso. II. Programa 1.
O narrativo e o poético no cinema 2.
O cinema como instrumento de poesia: Buñuel e
Epstein 3.
Poesia á flor da tela: O livro de cabeceira, de
Peter Greenaway 4.
O sublime contemporâneo – Wim Wenders à luz de Rilke e Benjamin 5.
A travessia do inferno – Jim Jarmusch e
William Blake 6.
Uma poética da sordidez: Amarelo Manga, de
Cláudio Assis III. Cronograma
Março: 4 dias letivos (10, 17,
24, 31) – 16h/a ·
Apresentação e discussão de programa, cronograma
e bibliografia. ·
O narrativo e o
poético no cinema: Griffith e Eiseinstein ·
O cinema como
instrumento de poesia – Buñuel e
Jean Epstein Textos
de referência: EISENSTEIN, Sergei. Dickens, Griffith
e nós. A forma do filme, p. 173-215. EISENSTEIN, Sergei. Palavra e
imagem. O sentido do filme, p. 13-47. GUIMARÃES, César. Algumas
aproximações entre literatura e cinema, p.109-142. BUÑUEL, Luis. O cinema como
instrumento de poesia. In: XAVIER, Ismail (org.) A experiência do cinema, p.
333-337.
CAÑIZAL , Eduardo Peñuela. Cinema e poesia.
In: XAVIER, Ismail. O cinema no século. Rio de Janeiro: Imago, 1996,
pp.353-364.
EPSTEIN, Jean. O cinema e as letras modernas / Bonjour cinéma. In:
XAVIER, Ismail. A experiência do cinema (org.), p. 269-280.
PASOLINI, P.P. O cinema de poesia. In: Ciclo Pasolini anos 60, p.
21-51. MACIEL, Maria Esther. “Para
além da adaptação: formas alternativas da articulação entre cinema e
literatura, p. 107-128. Filmes: Outubro, de Eisenstein (fragmento) O cão andaluz, de
Luis Buñuel. Limite, de Mário Peixoto (fragmento) A queda da casa de Usher,
de Jean Epstein
Abril: 2 dias letivos (7 e 28)
– 8 h/a ·
Poesia á
flor da tela: O livro de cabeceira, de Peter Greenaway Textos de referência: PAZ, Octavio. Tres momentos de la literatura japonesa. Las peras del olmo, p. 107-135. GREENAWAY, P. Cinema: 105 anos
de texto ilustrado. In: Aletria – Revista de Estudos de Literatura,
p.9-12. CAMPOS, Haroldo de.
Visualidade e concisão na poesia japonesa. A arte no horizonte do provável,
p. 62-70. Filmes: O livro de cabeceira, de Peter
Greenaway Kaidan, de Masaki Kobayashi (um episódio)
Maio: 4 dias letivos ( 5, 12, 19 e 26) – 16 h/a ·
O sublime contemporâneo – Wim Wenders à luz de Rilke e Benjamin ·
A travessia dos infernos – Jim Jarmusch e
William Blake Textos de referência: BAUDELAIRE, Charles. L’ albatros
/ O albatroz. In: As flores do mal, p. 110-111. RILKE, Rainer Maria. Elegias
de Duíno. BENJAMIN, Walter. O narrador.
Magia e técnica, arte e política, p.197-221.
GAGNEBIN, Jeanne Marie. Dos anjos em Walter Benjamin. Sete aulas sobre
linguagem, memória e história, pp.123-136. ROSENBAUM, Jonathan. Dead man – Jim Jarmusch. (fragmentos) VIZIOLI, Paulo. William Blake
– poesia e prosa selecionadas. São Paulo: J.C.Ismael, 1984. BLAKE, William. Poemas (ed.
bilíngüe). Trad. Mário Alves Coutinho. In: Tudo que vive é sagrado, p. 11-81. AVERBACH, Márgara. Ghost dog y Dead man – el mestizaje cultural y el mundo fragmentado. In: Revista de Cine, p. 82-85. Filmes: Asas do desejo, de Wim Wenders Dead man, Jim Jarmusch
Junho: 4 dias letivos (2, 9, 23 e 30) – 16 h/a ·
Uma poética da sordidez – Claudio Assis à
luz de Augusto dos Anjos e João Cabral de Melo Neto ·
Seminários finais Textos de
referência
ANJOS, Augusto dos.Obra completa.
(poemas selecionados). MELO NETO, João Cabral. Nos reinos do
amarelo. Obra completa, p. 356. COELHO, Marcelo. A urgência de
Amarelo Manga. (artigo da Folha de São Paulo). ASSIS, Claúdio.
Amarelo Manga – roteiro completo. Filme: Amarelo Manga, de Cláudio
Assis Seminários finais – sobre
filmes escolhidos pelos alunos
Julho: 1 dia letivo (7) – 4 h/a Encerramento do curso V.
BIBLIOGRAFIA BÁSICA ANJOS,
Augusto dos.Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994. AVERBACH,
Márgara. Ghost dog y Dead
man – el mestizaje
cultural y el mundo fragmentado. In: Revista de
Cine. Buenos Aires, UBA, n. 1, nov. 2002, p. 82-85. BARTHES, Roland. Le plaisir
du texte. Paris,
Seuil, 1973. BARTHES, Roland. O óbvio e o obtuso. Tra. Léa Novaes. Rio de
Janeiro: Nova Fronteira, 1990. BAUDELAIRE,
Charles. L’ albatros / O albatroz. In: As flores do mal. Trad. Ivan
Junqueira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985, p. 110-111. BENJAMIN, Walter. Magia e Técnica, Arte e Política. São Paulo,
Brasiliense, 1985. VIZIOLI, Paulo. William Blake
– poesia e prosa selecionadas. São Paulo: J.C.Ismael, 1984. BLAKE, William. Poemas (ed. bilíngüe). Trad.
Mário Alves Coutinho. In: Tudo que vive é sagrado. BLANCHOT, Maurice. O espaço literário. Trad. Álvaro Cabral, Rio de
Janeiro: Rocco, 1987. BRETON, André. Manifestos do surrealismo. Trad. Jorge de Sena.
Lisboa: Moraes, 1985. BUÑUEL, Luis. Cinema: instrumento de
poesia. In: XAVIER, Ismail. A experiência do cinema (org.). Rio de Janeiro:
Graal, 1983, p.p. 333-337. BUÑUEL, Luis. Meu último suspiro. Rio
de Janeiro: Nova Fronteira, 1982. CALVINO, Italo. Seis propostas para o próximo milênio. Trad. Ivo
Barroso. São Paulo: Companhia das Letras, 1990. CAMPOS,
Augusto de. Coisas e anjos de Rilke. In: Coisas e anjos de Rilke. São Paulo:
Perspectiva, 2001, p. 15-23. CAMPOS, Haroldo de. A arte no horizonte do provável. São Paulo:
Perspectiva, 1969. CAMPOS, Haroldo de. Ideograma. São Paulo:
Cultrix, 1986. CAÑIZAL , Eduardo Pañuela. Cinema e poesia. In: XAVIER, Ismail. O
cinema no século. Rio de Janeiro: Imago, 1996, pp.353-364. EISENSTEIN, Sergei. A forma do filme. Trad. Teresa Ottoni. Rio de Janeiro: Zahar, 1990. EISENSTEIN, Sergei. O sentido do filme. Trad. Teresa Ottoni. Rio de Janeiro: Zahar, 1990. EISENSTEIN, Sierguéi. O princípio cinematográfico e o ideograma. In:
CAMPOS, Haroldo de. Ideograma. São Paulo: Cultrix, 1986, p. 163-185. EPSTEIN, Jean. O cinema e as letras
modernas / Bonjour cinéma. In: XAVIER, Ismail. A experiência do cinema
(org.). Rio de Janeiro: Graal, p. p. 269-280. GREENAWAY, P. Cinema: 105 anos de
texto ilustrado. In: Aletria – Revista de Estudos de Literatura. Belo
Horizonte: Centro de Estudos Literários, n. 8, 2001, p.9-12. GREENAWAY, Peter. The
Pillow Book .Paris: Éditions Dis Voir, November 1996 GREENAWAY,Peter
and Leon STEINMETZ. The World of Peter Greenaway. Boston:
Charles Tuttle, 1995 GRÜNEWALD, José Lino. Um filme é um filme. São Paulo: Companhia das
Letras, 2001. GRUZINSKI, Serge. Pensamento mestiço. São Paulo: Companhia das
Letras, 2001,p. 158-183. GUERRA, Rui, BRESSANE, Julio e PIZZINI, Joel. O eu da arte é fora de
si. Cinemais. Rio de Janeiro, n. 33, jan-mar 2003. GUIMARÃES, César G. Imagens da memória: entre o legível e o visível.
Belo Horizonte: UFMG, 1997. JAKOBSON, Roman. Lingüística e comunicação. Trad. José Paulo Paes. São Paulo: Cultrix,
1985. JARMUSCH, Jim. Jim Jarmusch’ s Interviews. New York: Roundhouse, 2001. ROSENBAUM, Jonathan. Dead man – Jim
Jarmusch. London: BFI, 2000. !(fragmentos) KIRSCH, Walter W. Marienbad revisited. In: Creative screenwriting. http://www.geocities.com/Hollywood/Academy/7909/Marienbad.htm LAVERY, David. The Angel of 20th Century
Art. Site: http://www.mtsu.edu/~dlavery/Writing/Angel%20of%2020th.htm MACHADO, Arlindo.
Pré-cinemas & pós-cinemas. São Paulo: Papirus, 1997. MACIEL, Maria
Esther. A poesia no cinema: de Luis Buñuel a Peter Greenaway. Cadernos de
Tradução. Florianópolis: UFSC, v.7, 2002, p.81 – 92. MACIEL, Maria Esther. “Para além da adaptação: formas alternativas da articulação
entre cinema e literatura. In: NASCIMENTO, Evando
e CASTELLÕES, Maria Clara (orgs.). Literatura em perspectiva. Juiz de Fora:
Editora UFJF, 2003, p. 107-128. MORAIS, Vinícius de. O cinema de
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1985, p. 21-51. PAZ, Octavio. El poeta Buñuel. Las peras del olmo. Barcelona: Seix Barral, 1986, pp.183-187. PAZ, Octavio. A
outra voz. Trad. Wladir Dupont. São Paulo: Siciliano, 1993. PAZ, Octavio. A nova
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lira. Trad. Olga Savary. Rio de Janeiro: Guanabara, 1982. PAZ, Octavio. Tres
momentos de la literatura japonesa. Las peras del olmo. México:
Seix Barral, 1992, p. 107-135 PEIXOTO, Nelson Brissac. “Ver o Invisível: a Ética das
Imagens” in NOVAES, Adauto (org.). Ética. 5a. reimpressão, São Paulo:
Companhia das Letras, 1997. RILKE,
Rainer Maria. Elegias de Duíno. Trad. Dora Ferreira da Silva. Porto Alegre:
Globo, 1976. ROBBE-GRILLET,
Alain. O ano passado em Marienbad. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1989. ROSENBAUM, Jonathan. Dead man – Jim
Jarmusch. London: BFI, 2000. SALIBA,
Ana Maria Portugal. Nas pegadas do anjo. O vidro da palavra. Belo Horizonte:
Poslit-UFMG, 2003, p. 163-182. (tese de doutorado). SARDUY, Severo. Escrito sobre um corpo. São Paulo: Perspectiva,
1979. SERRES,
Michel. Angels – a modern mith. Paris/New York: Flammarion, 1995. SHONAGON, Sei.
The pillow book. Trad. Ivan Morris. London: Penguin,
1971. WENDERS, Wim. A lógica das imagens. Trad. Maris Alexandra. Lisboa:
Edições 70, s/d. XAVIER,
Ismail. A experiência do cinema. Rio de Janeiro: Graal,1983 XAVIER, Ismail. Cinema: revelação e
engano. In: NOVAES, Adauto (org.) O olhar. São Paulo: Companhia das Letras,
1997, pp. 367-384. XAVIER, Ismail. O cinema no século.
Rio de Janeiro: Imago, 1996.
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